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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Trechos Bíblicos. A natureza do pecado.

A natureza perigosa do pecado.

Algumas pessoas ridicularizam o conceito de pecado, definindo-o com o uma mera proibição, feita pelos judeus, contra a diversão. Esses indivíduos dizem algo semelhante àquilo que a serpente disse a Eva no jardim do Éden. A serpente sugeriu que Deus estivesse impedindo Eva de ter algo verdadeiramente necessário e que lhe traria grandes benefícios (Gn 3.4,5).

As Escrituras, porém, afirmam que o pecado é perigoso e destrutivo, e não algo divertido ou benéfico. 0 pecado tem consequências devastadoras, que devem ser alvo da nossa atenção. Como o livro de Romanos afirma, o pecado escraviza as pessoas e exige que elas obedeçam a sua concupiscência (Rm 6.6,12,20).

Várias passagens no Novo Testamento aludem à natureza perigosa do pecado:

• Os que pecam destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23). As pessoas, apanhadas na dura armadilha do pecado, não podem mais ter nem desenvolver em sua vida a santidade que Deus pretendeu quando elas foram criadas.

• O pecado é iniquidade (1 Jo 3.4). 0 pecado diz respeito a uma vida que busca agradar primeiramente o eu, em lugar de agradar a Deus, constituindo uma “lei para si mesmo”.

• Toda iniquidade é pecado (1 Jo 5.17). Quando nós pecamos, ofendem os ao Deus que ama a justiça e a retidão, e não a impiedade e a injustiça (Rm 1.18).

• Se apenas soubermos o que é bom, isso não faz de nós pessoas boas, mas pecadores (Tg 4.17). Sendo assim, o pecado envolve a desobediência consciente. É agir contra o que é certo, chegando mesmo a aprovar o pecado cometido pelos outros (Rm 1.32).

Essa é uma situação muito séria. Mas chega a ser surpreendente que todo ser humano seja parte dessa situação. A Bíblia declara: Não há um justo, nem um sequer ( Rm 3.10; com pare com 2 Cr 6.36a; Rm 5.12b) e, também, que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23).


O pecado está longe de ser uma simples matéria de qualquer religião ou um conjunto de hábitos pessoais. Pelo fato de Deus ser soberano sobre todo o mundo - sobre países, nações, povos e tudo mais - o mau uso de qualquer item da criação implica em pecar contra ele. Nós somos responsáveis por todas as dimensões da vida. Nada é realmente secular, no sentido de estar apartado dos cuidados do Senhor.

Dois tipos de pecado.


A existência do pecado tornou necessário o plano de salvação de Deus em Cristo. Tecnicamente, o pecado é qualquer falta de conformidade com a vontade de Deus ou com Seus padrões — com tudo aquilo que está de acordo com o plano de Deus para nós. No Antigo Testamento, havia sacrifícios pré-ordenados para que fossem perdoados os pecados cometidos por ignorância.
É essa concepção mais abrangente de pecado que leva alguns a acreditarem que todos os cristãos pecam diariamente em palavras, pensamentos e ações. Porém, a Bíblia indica que Deus nos torna particularmente responsáveis pelos atos conscientes de transgressão, rebelião ou omissão (Jo 9.41; Rm 1.20,21; Tg 4.17).

A segunda form a de pecado descrita na Bíblia é decorrente da natureza humana decaída, a inclinação de todas as pessoas para cometerem atos individuais de pecado. Todos têm essa inclinação para o m al; essa é uma herança recebida de Adão (Rm5.12,18,19). Essa tendência universal para a oposição à vontade de Deus recebe nomes com o: pecado original, mente carnal, herança pecaminosa, velho homem, pecado inato, depravação moral e natureza pecaminosa. É uma disposição inerente para o
pecado, uma inclinação de todos para o cometer atos pecaminosos.
É importante observar que a Bíblia distingue os atos pecaminosos da natureza pecaminosa. Os pecados que geralmente cometemos, mas nem sempre, são mencionados no plural: Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado (Jó 13.23); perdoa-nos os nossos pecados (Lc 11.4). Em contraste, a natureza pecadora normalmente é caracterizada com o uma qualidade ou disposição singular do espírito humano (Rm 7.14,17,20,25; 8.2).

A distinção entre o pecado com a disposição natural e o pecado com o um ato não é indicada apenas pela menção no singular e no plural do term o “pecado”, mas deve ser analisada pelo contexto, que permite interpretar o pensamento do escritor. O pecado com a inclinação da natureza fica evidente quando o contexto enfatiza uma disposição inerente para o mal, com o na crítica feita por Paulo aos coríntios em 1 Coríntios 3.3: Porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e
dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens. O clamor de Davi - Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto (SI 51.10) — reflete uma realidade do pecado que é mais profunda do que as meras ações; diz respeito a uma pecaminosidade inerente, que requer uma completa limpeza.

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Editores: Earl Radmacher, Ronald B. Allen e H.Wayne House
Rio de Janeiro: 2010 (Romanos)

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