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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Estudo Panorâmico: Hebreus, Jesus é melhor. parte 02

Na primeira parte deste estudo abordamos como o autor começa expondo que Jesus é maior que os anjos, e sendo Ele a perfeita revelação da palavra do Pai. que existe antes da fundação do mundo junto com o Pai. 

Nesta segunda parte, iremos abordar que o autor apresenta que Jesus é maior que Moisés, Josué e melhor o sacerdócio levítico. Vejamos.

Moisés foi fiel a Deus em toda a sua trajetória, ele foi o instrumento de Deus para tirar o povo da escravidão do Egito e conduzi-lo até a terra prometida. Moisés foi o homem que Deus havia escolhido para essa importante missão, e com ele falava face a face. Foi a ele que foi dado as primeiras tábuas da lei no monte do Senhor. Moisés era o maior dos profetas para todos os judeus, tendo a maior estima dentre os seguidores da lei. De tal forma que Moisés era reverenciado, Cristo deveria ser muito mais. Isto porque Moisés fora servo do Senhor em sua casa, mas Cristo sendo filho é Senhor da casa. Logo quem tem mais crédito de honra, o filho ou o servo? 

Sendo o Senhor Jesus aquele que por Ele fora criado todas as coisas e por causa d'Ele todas elas existem, deve ser ouvido mais que o próprio Moisés, sendo Ele, o Senhor Jesus, digno de mais avultado respeito e temor. O autor demonstra que o povo a quem Moisés pregou não fora salvo do deserto, morrendo durante a jornada sem entrar na terra prometida, o que aconteceria com aqueles que não ouvissem o filho de Deus que tem trazido boas novas de salvação? Se aqueles tiveram os seus corações endurecidos e não puderam entrar na possessão, quanto mais aqueles que negligenciarem a mensagem do Senhor Jesus, ficarão de fora do eterno repouso celestial.

Neste ponto, o autor começa a demonstrar que mesmo Moisés sendo fiel em toda a casa de Deus, coube a Josué levar o povo ao descanso da peregrinação do deserto. Mas nem todos entraram naquele descanso, devido a dureza de seus corações. Além disso, aquele repouso conquistado por Josué, não era um repouso eterno, na verdade, aquele repouso seria apenas o repouso da peregrinação do deserto, sendo necessário ainda a conquista daquela terra com muita luta. Por isso, o autor destaca que se aquele repouso fosse perfeito, o próprio Deus não teria falado em outro momento que ainda resta um repouso para o povo de Deus. Ora, se o repouso garantido por Josué fosse definitivo e perfeito, Deus não teria feito uma promessa de um outro repouso.

Mas que repouso é esse que não foi o garantido por Josué? Esse é o repouso final, exposto por Deus, que será o repouso na Canaã, mas não a terrestre, mas a celestial. Esse repouso só é garantido por aqueles que seguem a Cristo. Pois, assim como Josué foi o líder que levou o povo ao descanso da peregrinação do deserto, Cristo é o que garante o nosso repouso futuro da caminhada nesta terra. Mas este repouso só irá ser alcançado por aqueles que não duvidarem, mas crerem na mensagem do Senhor Jesus. Porque assim como a palavra foi ministrada ao povo no deserto, ela tem sido ministrada a nós. O problema é que aquele povo não creu na promessa, mas duvidaram. Então o autor adverte, que não devemos endurecer o nosso coração para não crer na promessa como fizeram os israelitas no deserto. Pois se a eles foi negada a entrada na terra prometida terrestre, quanto mais seremos nós impedidos de entrar na terra prometida celestial. Ele, o autor, insta que devemos permanecer firme e nos esforçarmos para entrarmos no repouso celestial.  

Se aqueles que não ouviram Moisés e Josué, não entraram no descanso prometido, quanto mais aqueles que não crerem no filho de Deus, serão impedidos de entrarem no descanso eterno. Por isso ele conclama a esforçarmos para conseguirmos. Embora ele destaque que nessa jornada não estamos sós, temos um ajudador, um sumo sacerdote que conhecedor das nossas dificuldades intercede por nós, e nos ajuda naquilo que ninguém mais pode ajudar. Cristo além de filho, profeta e guia para o descanso, é o nosso mediador e intercessor para que possamos ter acesso ao trono da graça de Deus.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Estudo Panorâmico: Hebreus, Jesus é melhor. parte 01

A carta aos Hebreus possui algumas particularidades que não se encontram em outros modelos de cartas neo testamentárias. A primeira que se destaca logo no início da carta é a ausência do remetente. O autor da carta não se identifica, o que levou a um debate sobre quem seria o possível autor da mesma. Acredito que isso não importa para nós, pois, mais importante de quem a escreveu, é sobre o que ele escreveu, isso é que importa. E como isso é um debate que não se encerrou, havendo diversas possibilidades, não creio que vá acrescentar algo a nossa compreensão da mesma saber quem de fato escreveu a carta ou não. Por este motivo, não irei abordar as suposições que tratam de quem de fato poderia ter sido o autor da mesma.


Outra questão é que, embora nós a chamemos de carta aos Hebreus, não há no texto nenhuma referência a quem estava de fato sendo destinada essa carta. Nós pressupomos que os destinatários fossem judeus da diáspora, conhecedores da lei e dos ritos mosaicos. Os detalhes que o autor dá sobre a lei e o cerimonial de sacrifício, o sacerdócio, só poderia ser compreendido por um judeu. Caso fosse um gentio ao ler esta carta, teria dificuldade para compreender a ideia que o autor deseja passar.


A carta tem um dos objetivos de demonstrar que Jesus é melhor e maior que a antiga religião judaica, Cristo seria o aperfeiçoamento do sistema mosaico. O que antes era como sombra (pense na ideia de Platão do mito da caverna, onde os homens vivem olhando para sombras refletidas dentro da caverna, mas quando eles saem, então eles tem a visão completa daquilo que antes era somente sombra), em Cristo eles tem a revelação completa, a visão perfeita de um sistema que prefigurava o sacrifício de Cristo e seu sacerdócio. Toda a lei apontava para Cristo, sendo ele o cumprimento fiel de toda ela, "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;" João 5:39.

O autor começa destacando que Jesus era maior que os anjos e os profetas. E isto para o judeu era muito significativo, pois segundo a torá, a lei fora dada por intermédio dos anjos. 

"Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro". Gl 3:19.

Embora os anjos fossem importantes na teologia judaica, a nenhum deles, destaca o autor, Deus havia chamado de filho. Mas Cristo é o unigênito filho de Deus, que o próprio Pai colocou a sua direita sujeitando-lhe todas as coisas. Esses mesmo anjos, tão poderosos e importantes, na verdade são espíritos ministradores, que hoje estão a serviço dos santos. Logo, por mais poderosos e importantes que os anjos sejam, Jesus Cristo é superior a eles.

Esse dado é importante ainda nos dias atuais, onde vemos diversas denominações que colocam os anjos em funções ou desempenhando um papel que não lhes cabe. Em muitos casos os anjos são solicitados para realizar uma obra que pertence a pessoa salvífica de Cristo. Os anjos são seres espirituais que são designados por Deus para atuarem segundo a sua ordenança em prol dos seus servos. Logo, nós não temos autoridade para determinar a nenhum anjo que desempenhe alguma função. Se a ordem não vier do alto, ela não será obedecida, não importa o tamanho de sua fé. Os anjos estão a nosso serviço, contudo estão debaixo da autoridade única e exclusiva de Deus. "Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos." Sl 91.11

Deixando agora os anjos em seus respectivos principados de lado, voltemos para a segunda categoria apresentada pelo escritor aos Hebreus, onde Cristo seria superior aos profetas.

Sabemos que Deus ao longo da humanidade fora se revelando gradativamente, como que se aos poucos em cada dispensação Ele se revelasse mais acerca de quem Ele É. Sabemos que esta revelação se torna completa somente na pessoa de Cristo: "Quem me vê a mim vê o Pai." Jo 14.9. Mas, primeiramente Ele se revelou aos patriarcas, primeiro através de uma voz, vez ou outro por meio de sonhos. Depois se revelou ao povo em forma de nuvem de dia e coluna de fogo a noite, depois no monte, tornou-se um pouco mais conhecido por meio das escrituras da Lei, intermediada pelos anjos. Em outro momento da história, Ele se revelou aos seus servos os profetas, onde Ele revelava o futuro da nação de Israel, e não somente o da nação, revelava de forma ainda misteriosa o seu reino eterno e de alcance mundial na pessoa do seu escolhido, o Messias. 

Os profetas foram importantes instrumentos de Deus para advertir ao povo acerca dos seus pecados, como porta vozes do Senhor para evitar que o seu povo fosse castigado devido a sua rebeldia. Em muitos momentos, os profetas foram usados por Deus para revelar ao povo sobre os acontecimentos futuros, sobre o estabelecimento de um reino de Deus, onde a nação de Israel seria restaurada e seria o ponto central de toda adoração a Deus. Muitas das profecias ainda estão para cumprir-se, o que revela que os profetas de Deus foram instrumentos poderosos para revelar a sua vontade e seus planos futuros. 

Mas, mais importante do que os profetas, que foram porta vozes de Deus, veio o seu Filho revelando quem era o próprio Deus e o seu reino. Deus havia falado com seu povo através da lei e por meio dos seus servos os profetas, mas agora nos últimos tempos, Ele falou através de seu filho. "Pois Eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me deu ordens sobre o que Eu deveria dizer e o que proclamar." Jo 12.49 

Cristo é a revelação completa e perfeita da vontade do Pai, Ele é o próprio Deus falando diretamente com os homens. Se vocês judeus dão tanta importância a Lei e as palavras dos profetas, quanto maior importância não deveriam dar as palavras de Jesus Cristo o Filho de Deus? O Senhor Jesus é maior do que qualquer anjo, por mais poderoso que o anjo possa ser, ele o Senhor Jesus deve ser atentamente ouvido mais do que qualquer profeta, pois Ele é a Palavra de Deus encarnada: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." Jo 1.1

Sendo assim, o autor de Hebreus começa demonstrando que Cristo é superior aos anjos e aos profetas, Ele é a maior autoridade nos céus, assentado a direita do Pai. Sua mensagem deve ser ouvida e obedecida mais do que os escritos dos profetas e da Lei, pois Ele é a revelação perfeita da vontade de Deus. Cristo é maior, é a primeira mensagem da carta aos Hebreus.

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