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sexta-feira, 5 de maio de 2023

Hipócritas. Notas de comentário.

 Comentário de Russel Normam Champlim. Marcos 7.6, pág. 717.

OS CRÍTICOS de Jesus foram chamados -hipócritas-, isto é. -atores-, fingidos religiosos; e isso os situou na posição de "falsos" representante da fé religiosa. A raiz desse termo é o verbo "replicar", devido à circunstância que nos teatros, os atores replicam uns para os outros. Os fariseus haviam trazido o teatro para dentro da religião. Infelizmente, até hoje a igreja é mais frequentemente conduzida como um espetáculo do que como um lugar de adoração, e os cultos mais bem frequentados são aqueles que têm mais do que é teatral e mundano, sobretudo a importação da sensual música do mundo pela igreja. Não é difícil imaginar o que Jesus teria dito acerca de tais práticas da igreja moderna. Jesus demonstrou assim que nem tudo quanto se declara ser de "origem divina" nas igrejas locais é realmente assim. E certas coisas que tiveram origem humana por mais que sejam reverenciadas por alguns, na realidade são detrimento à fé e não saudáveis.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

O que é Homilética? Porque ela é importante?

Homilética é a arte de preparar e apresentar sermões e pregações religiosas. Algumas das principais características da homilética incluem:

  1. Foco na mensagem: A homilética tem como objetivo principal comunicar a mensagem bíblica de forma clara e relevante para o público ou congregação. O pregador deve ter uma mensagem clara e coerente, que possa ser facilmente entendida pelo público.

  2. Contextualização: É importante que o pregador entenda o contexto histórico e cultural em que a mensagem bíblica foi escrita e, assim, possa contextualizá-la para o tempo presente. Isso ajuda a tornar a mensagem mais relevante e aplicável para o público.

  3. Exegese: A homilética envolve a interpretação cuidadosa e precisa do texto bíblico. O pregador deve analisar e compreender o significado das palavras, frases e versículos bíblicos, para que possa explicá-los claramente e aplicá-los corretamente.

  4. Criatividade: Apesar de seguir princípios e normas, a homilética também permite espaço para a criatividade e a originalidade. O pregador pode usar recursos como ilustrações, histórias e exemplos para tornar a mensagem mais clara e envolvente.

  5. Relevância: O pregador deve procurar tornar a mensagem bíblica relevante para as necessidades e desafios da audiência, trazendo aplicação prática e soluções para questões específicas que o público enfrenta.

  6. Exortação: A homilética tem como objetivo motivar e encorajar a congregação a viver de acordo com os ensinamentos da Bíblia e a aplicá-los em suas vidas diárias. A exortação é uma das principais formas pelas quais a homilética busca transformar a vida das pessoas.


Embora algumas denominações pseudo cristãs e até mesmo cristãs não deem a homilética a sua importância, destacando que a mensagem deve ser "inspirada pelo espírito santo", como se isso isentasse o pregador de se preparar antecipadamente. Há muitas obras de referência acerca do assunto da homilética, algumas delas escritas pelos maiores pregadores cristãos da história da igreja. Destacamos as muitas obras as seguintes.
  1. "A Arte de Pregar" de Charles Haddon Spurgeon - é considerado um dos maiores pregadores da história cristã e seu livro é um clássico na área da homilética.

  2. "Pregação Expositiva" de Haddon Robinson - é um livro de referência em homilética e explora a importância da exegese e da preparação cuidadosa do sermão.

  3. "A Preparação e o Uso de Ilustrações em Sermões" de Craig Brian Larson - é um livro que explora a importância de ilustrações na pregação e como utilizá-las de forma eficaz.

  4. "O Coração da Pregação" de Edmund Clowney - é um livro que explora a relação entre a Bíblia e a pregação, destacando a importância da mensagem central das Escrituras.

  5. "Homilética: Como Pregar Com Clareza e Poder" de John MacArthur - é um livro que aborda os elementos básicos da homilética e fornece conselhos práticos para a preparação e apresentação de sermões.

  6. "Pregação Cristocêntrica" de Bryan Chapell - é um livro que explora a importância de centrar a pregação em Jesus Cristo e apresenta princípios para uma pregação bíblica e cristocêntrica.

A não preparação do sermão pode acarretar diversos problemas para a igreja, dentre eles destacamos:
  1. Má interpretação da Bíblia: sem uma preparação cuidadosa, é possível interpretar mal as Escrituras e transmitir uma mensagem equivocada ou distorcida.

  2. Mensagem fraca ou confusa: a falta de preparação pode levar a uma mensagem fraca ou confusa, sem clareza ou coesão, o que pode levar o público a se desinteressar ou a se confundir com a mensagem.

  3. Perda de credibilidade: um pregador que não se prepara adequadamente corre o risco de perder a credibilidade junto ao público, que pode perceber sua falta de preparo e não se sentir confiante em sua liderança.

  4. Prejudicar o testemunho cristão: um sermão mal preparado pode prejudicar o testemunho cristão, passando uma imagem negativa da igreja ou de sua liderança.

Portanto, é importante que os pregadores se dediquem à preparação cuidadosa de seus sermões, buscando a orientação do Espírito Santo e utilizando ferramentas e técnicas adequadas para interpretar e transmitir corretamente a mensagem bíblica.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Estudo Panorâmico: Hebreus, Jesus é melhor. parte 02

Na primeira parte deste estudo abordamos como o autor começa expondo que Jesus é maior que os anjos, e sendo Ele a perfeita revelação da palavra do Pai. que existe antes da fundação do mundo junto com o Pai. 

Nesta segunda parte, iremos abordar que o autor apresenta que Jesus é maior que Moisés, Josué e melhor o sacerdócio levítico. Vejamos.

Moisés foi fiel a Deus em toda a sua trajetória, ele foi o instrumento de Deus para tirar o povo da escravidão do Egito e conduzi-lo até a terra prometida. Moisés foi o homem que Deus havia escolhido para essa importante missão, e com ele falava face a face. Foi a ele que foi dado as primeiras tábuas da lei no monte do Senhor. Moisés era o maior dos profetas para todos os judeus, tendo a maior estima dentre os seguidores da lei. De tal forma que Moisés era reverenciado, Cristo deveria ser muito mais. Isto porque Moisés fora servo do Senhor em sua casa, mas Cristo sendo filho é Senhor da casa. Logo quem tem mais crédito de honra, o filho ou o servo? 

Sendo o Senhor Jesus aquele que por Ele fora criado todas as coisas e por causa d'Ele todas elas existem, deve ser ouvido mais que o próprio Moisés, sendo Ele, o Senhor Jesus, digno de mais avultado respeito e temor. O autor demonstra que o povo a quem Moisés pregou não fora salvo do deserto, morrendo durante a jornada sem entrar na terra prometida, o que aconteceria com aqueles que não ouvissem o filho de Deus que tem trazido boas novas de salvação? Se aqueles tiveram os seus corações endurecidos e não puderam entrar na possessão, quanto mais aqueles que negligenciarem a mensagem do Senhor Jesus, ficarão de fora do eterno repouso celestial.

Neste ponto, o autor começa a demonstrar que mesmo Moisés sendo fiel em toda a casa de Deus, coube a Josué levar o povo ao descanso da peregrinação do deserto. Mas nem todos entraram naquele descanso, devido a dureza de seus corações. Além disso, aquele repouso conquistado por Josué, não era um repouso eterno, na verdade, aquele repouso seria apenas o repouso da peregrinação do deserto, sendo necessário ainda a conquista daquela terra com muita luta. Por isso, o autor destaca que se aquele repouso fosse perfeito, o próprio Deus não teria falado em outro momento que ainda resta um repouso para o povo de Deus. Ora, se o repouso garantido por Josué fosse definitivo e perfeito, Deus não teria feito uma promessa de um outro repouso.

Mas que repouso é esse que não foi o garantido por Josué? Esse é o repouso final, exposto por Deus, que será o repouso na Canaã, mas não a terrestre, mas a celestial. Esse repouso só é garantido por aqueles que seguem a Cristo. Pois, assim como Josué foi o líder que levou o povo ao descanso da peregrinação do deserto, Cristo é o que garante o nosso repouso futuro da caminhada nesta terra. Mas este repouso só irá ser alcançado por aqueles que não duvidarem, mas crerem na mensagem do Senhor Jesus. Porque assim como a palavra foi ministrada ao povo no deserto, ela tem sido ministrada a nós. O problema é que aquele povo não creu na promessa, mas duvidaram. Então o autor adverte, que não devemos endurecer o nosso coração para não crer na promessa como fizeram os israelitas no deserto. Pois se a eles foi negada a entrada na terra prometida terrestre, quanto mais seremos nós impedidos de entrar na terra prometida celestial. Ele, o autor, insta que devemos permanecer firme e nos esforçarmos para entrarmos no repouso celestial.  

Se aqueles que não ouviram Moisés e Josué, não entraram no descanso prometido, quanto mais aqueles que não crerem no filho de Deus, serão impedidos de entrarem no descanso eterno. Por isso ele conclama a esforçarmos para conseguirmos. Embora ele destaque que nessa jornada não estamos sós, temos um ajudador, um sumo sacerdote que conhecedor das nossas dificuldades intercede por nós, e nos ajuda naquilo que ninguém mais pode ajudar. Cristo além de filho, profeta e guia para o descanso, é o nosso mediador e intercessor para que possamos ter acesso ao trono da graça de Deus.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A primazia da palavra.

Acho que desde sempre a música exerceu uma enorme influência na humanidade. Não há um povo sequer, por mais antiga que possa ser sua existência, que não tenha desenvolvido alguma forma de cânticos. 
Seja uma música para celebrar, ou para expressar seu luto, a música faz parte da cultura humana, independente de sua localização geográfica planetária. 
Além de fazer parte inerente da humanidade, a música existia antes mesmo do ser humano, os anjos louvam a Deus, e não somente os anjos, mas nos declara a palavra de Deus que tudo o que foi criado, louva ao Senhor. (Salmos 148.2; Lucas 2:13) Por isso, nada mais natural no homem que louvar aquele que o criou, pelo seu poder e majestade.
No templo antigo, o louvor fazia parte do ritual de adoração a Deus. Os Salmos eram louvados no templo, tendo até mesmo um grupo específico para fazer essa parte, com sua turma de cantores que, constantemente louvavam a Deus. Tendo o rei Davi, deixado tudo preparado, para que quando o templo fosse enfim inaugurado, o louvor a Deus fosse permanente.

Mas, o mais interessante, é que, a influência que a música tem exercido sobre a humanidade nos dias atuais. Nunca a música foi tão valorizada, talvez mais até mesmo que os esportes, conseguindo atingir todas as esferas humanas e de todos os níveis sociais. Desde a música considerada erudita, até a música folclórica ou popular, a música chega a todos os homens e mulheres do planeta. Não se conheça um só povo que não tenha alguma forma de expressão cultural baseada na música.
Com isso, os cantores de hoje são pessoas super famosas, são considerados ídolos por muitas pessoas, tendo alguns deles, mesmo após sua morte, permanecido atual, tocando suas músicas em muitos lugares. Acredito que nunca na história da humanidade, os músicos (em especial cantores, mas alguns musicistas também) experimentaram tanta glória e fama que a música lhes podem trazer. Mesmo que a música de língua inglesa predomine, isso se dá muito pelo fato da força econômica e da poder das empresas musicais e de entretenimento, que em sua maioria, as maiores, são de origem da língua inglesa. Por isso, não me surpreende que as maiores bandas, cantores e músicos, sejam falantes da língua inglesa. Pois, há melhores cantores e talvez melhores bandas que as existentes hoje, contudo não possuem a força econômica para faze-los serem conhecidos.

Mas o que isso tem haver com a igreja e o ministério da palavra?

Tudo!
Porque nós como igreja, estamos inseridos no mundo, fazemos parte dele, e em muitos casos, por ele somos influenciados, embora devesse ser o contrário.
Na igreja primitiva havia também lugar para o louvor, Na última ceia com os discípulos, o próprio Senhor Jesus cantou com com eles antes de sair para o Monte da Oliveiras. (Marcos 14:26) Na igreja a prática do louvor era bem conhecida, cantando não somente os Salmos, mas também cânticos espirituais. (Efésios5:19; Colossenses 3:16) Mas em nenhum momento há algum destaque, ou até mesmo um ministério específico de louvor. Não existiam "levitas", somente aqueles que pertenciam a essa tribo de Israel. Havia muitos dons, e ministérios, mas nenhum dom ou ministério de louvor!
Os apóstolos perseveraram na oração e na palavra (Atos 6:4) e o ministério de servir (diaconato).

Mas na igreja atual, posso afirmar sem sombra de dúvida, que o ministério que mais se destaca é o louvor! Não há reunião que fique vazia se lá estiver um cantor de renome. Os grandes pregadores de hoje em dia, não se comparam aos grandes cantores. Poucos são os cultos onde a ministração da palavra de Deus tem mais tempo que os louvores. O problema do louvor, é quando ele começa a tomar o tempo, o lugar, que pertence a palavra. Não é a toa que temos muitos irmãos fracos, não libertos, que vivem uma vida abaixo do esperado, porque não estão alicerçados na palavra. 
O louvor deve acabar? De jeito nenhum! Se até os anjos louvam a Deus, porque nós não o louvaremos? A única questão é que não podemos permitir que o louvor, assuma o lugar de destaque em nossos cultos. 
Enquanto nós não colocarmos a palavra no seu devido lugar, nós teremos uma igreja influenciável, fraca e até doente. Quando a palavra de Deus voltar a ter o primado dentro das congregações, a igreja voltará a ser a potência que era, tal como nos tempos apostólicos.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Como tu queres.

Mateus 26.36-46.

Sujeitar-se a vontade de Deus é um esforço constante em negar a sua vontade.

  • Negar a si mesmo.
Hoje a maior dificuldade do servo de Deus está em negar-se, de dizer não a sua vontade e seus desejos. Conseguir colocá-los debaixo da sujeição de Deus é a luta diária do cristão.
  1. O Senhor Jesus nos afirma que aquele que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23
  2. O Ap.Paulo declarou que no seu corpo havia uma batalha ferrenha pelo controle. Cada lado puxando para que o apóstolo cedesse as suas vontades. Romanos 7:15-24
  3. Nem sempre a nossa vontade é a melhor, por mais que ela aparente ser, enganador é o coração, mas Deus sempre nos mostrará a melhor escolha a fazer. Jeremias 17:9
Sujeitar-se a vontade de Deus é reconhecer que ele tem o melhor para nós.
  • Deus tem sempre o melhor.
Como entender que Deus não realizou o nosso desejo? Como aceitar que aquilo que para nós era o melhor e não foi alcançado? Aceitar a decisão divina é aceitar que a escolha dele é melhor.
  1. Naamã falou que havia rios melhores em seu país. Ao olhar racionalmente viu a ordem de Deus como inferior a sua vontade. Pensou que o profeta faria um grande espetáculo, mas no final só lhe dera uma ordem, que o deixou contrariado. Mas mesmo assim ele sujeitou-se a vontade que ele achava ser inferior a sua, mas, aceitou a vontade  de Deus, porque era melhor obedecer do que achar que sua vontade era a única existente. 2 Reis 5:11-14
  2. Quando Samuel avistou os belos e fortes irmãos de Davi, pensou em seu coração que aqueles eram os escolhidos de Deus. Agiu baseado na aparência, no exterior. 1 Samuel 16:7
  3. O querer de Deus nunca vai contrariar a sua palavra. Se algo que você acha que é de Deus mas esse algo fere algum mandamento bíblico ou atrapalha seu relacionamento com Deus, esse algo não vem de Deus. Provérbios 10:22

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Conselhos diários de Deus.

Lutando contra o mal da murmuração. 

Judas 4 a 16.

Sempre diante dos problemas é mais fácil reclamar do que agradecer. Diante das dificuldades é mais fácil olhar para o lado negativo que o positivo, de esquecer as bençãos e só se lembrar das dificuldades.
Nesses momentos podemos incorrer no erro de reclamarmos de Deus por causa da situação. Estar insatisfeito com o problema não é pecado, mas reclamar de Deus por não mudá-lo pode se tornar um. A murmuração é um mal da ingratidão, de não se lembrar das bençãos de Deus, de se esquecer das bençãos que ele ainda nos dará. Os murmuradores são pessoas problemáticas dentre os problemas podemos apontar.

O murmurador é um descrente da provisão de Deus.

Mesmo após verem tantos milagres o povo ainda não cria na provisão de Deus, diante do primeiro problema após a vitória se puseram a reclamar. Ex 15.22

O murmurador tem o coração endurecido.
Jesus já havia feito dois milagres de multiplicação e ainda assim os discípulos não havia entendido a mensagem de Jesus Mc 8.15-20

O murmurador esgota a paciência de Deus.
O povo no deserto murmurou tanto que isso levou a perderem a benção de entrar na terra prometida. I Co 9.13 Nm 14.22,23.

O murmurador é ingrato pelas bençãos recebidas.

O povo havia recebido o maná em pleno deserto, comeram pão onde nem mesmo havia plantação, mas mesmo assim reclamaram do alimento divino. Nm 11.4-6

O murmurador é esquecido.

O murmurador por ser ingrato ele é esquecido, não se lembra dos momentos difíceis em que Deus trouxe a provisão. Sl 78.9 a 11, 18 a 22.

Ser grato a Deus é confiar na provisão.

Habacuque expressou sua fé mesmo que nada acontecesse Hc 3.17

Jó expressou confiança em Deus, pois mesmo diante da morte ele confiava no Senhor. Jó 19.25; 42.2

Quando então você estiver diante de uma situação difícil não murmure, lembre-se dos momentos de dificuldade em que Deus atuou em seu favor, em que mesmo que nada parecia acontecer no momento certo aconteceu. Murmurar é uma ofensa a Deus, é falta de fé, de agradecer sabendo que assim como Deus agiu no passado irá agir hoje providenciando o seu futuro. Seja grato, porque em breve Deus te dará aquilo que você necessita.

sábado, 4 de abril de 2015

Estudo Bíblico sobre o Arrebatamento. 1ºParte.

Introdução.

Quando se fala em arrebatamento e grande tribulação, muitas são as dúvidas acerca desses dois importantes eventos escatológicos. Isso ocorre devido as diferentes interpretações que podem causar confusão até para o experiente leitor.

Muitas dessas passagens são de difícil interpretação, e ao longo dos séculos estudiosos tiveram diferentes visões, tendo alguns deles afirmado que seria impossível fazer afirmações exatas, mas somente teorias sobre o que diz o texto bíblico. Isso ocorre devido à dificuldade acerca do texto e do forte significado alegórico. Este texto é uma tentativa de expor essas diferentes interpretações acerca desses dois eventos, afim de elucidar as principais dúvidas.

Não irei aqui expor um estudo minucioso e detalhado sobre o arrebatamento e a grande tribulação, esse texto é um simples estudo para ajudar o leitor leigo a tirar suas dúvidas e esclarecer alguns pontos obscuros acerca dos eventos. Embora sucinto, o leitor irá ter um conteúdo baseado em estudos teológicos sérios e reconhecidos, não sendo fruto de especulações sem embasamento bíblico.


Oramos a Deus que esse estudo possa lhe ajudar a entender a palavra de Deus, e a estar melhor preparado para o futuro que está para acontecer. Que o leitor possa buscar em Deus o entendimento da sua palavra e pedir a ele sabedoria para entender e compreender as verdades bíblicas. 

Recomendamos que toda leitura bíblica seja feita em oração, pedindo sempre a Deus que ilumine a nossa mente para aprendermos mais da sua palavra.

O arrebatamento.

Quando se fala em arrebatamento são três as principais correntes doutrinárias que tratam a respeito desse evento, são elas: Os pré-tribulacionistas, os meso-tribulacionistas e os pós-tribulacionistas. 
Nas próximas linhas serão expostas as principais bases de interpretação dessas três correntes. Mas ressaltamos ao amado leitor que a nossa linha teológica segue a doutrina pré-tribulacionista, pois cremos que a Igreja de Cristo será recolhida aos céus antes do advento da grande tribulação, estando durante o período da tribulação nas bodas com o cordeiro.

Os pré-tribulacionistas.

Essa é a visão mais aceita entre as denominações evangélicas, trata-se da interpretação do arrebatamento antes da grande tribulação, visando salvar o povo escolhido de Deus do dia da ira. O Arrebatamento pré-tribulacionista se baseia no cumprimento da 70ª. semana de Daniel, quando o anticristo fará um acordo de paz com Israel, imediatamente iniciando o período de sete anos de Tribulação. Nós a igreja de Cristo hoje vivemos nesse hiato de tempo entre a 69ª e 70ª semana, como descrito no livro do profeta Daniel. Antes do início do período da 70ª semana, a Igreja de Jesus Cristo é ressuscitada e arrebatada com todos os seus santos vivos e levada à casa do Pai (João 14:1-3), julgada e recompensada por suas boas obras (2 Coríntios 5:10). Após os sete anos de Tribulação, Jesus Cristo retorna em seu Aparecimento Glorioso e destrói o anticristo e o falso profeta, prende Satanás por mil anos (Apocalipse 20:3) e estabelece o governo milenar.

Segundo a posição desta doutrina a palavra de Deus nos diz claramente em Mateus 3:7, Lucas 3:7 e 1 Tessalonicenses 1:10 que os cristãos são salvos da "ira futura" (um dos termos usados para denominar a Tribulação). A Palavra também nos diz em Apocalipse 3:10, Romanos 5:9, 1 Tessalonicenses 1:10 e 5:9 que os cristãos serão protegidos da "hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra". Essa tentação ainda não aconteceu, mesmo sabendo que atualmente o mundo viva sob uma opressão como nunca antes houve na história da humanidade. A igreja ainda está aqui na terra, orando e guerreando. A tentação referida nos versículos acima se refere a uma opressão ainda mais intensa, que só ocorrerá depois que a Igreja for retirada da terra, por ocasião do Arrebatamento. A posição pré-Tribulacionista do Arrebatamento é a única que distingue claramente a Igreja de Israel. A Igreja aparece até Apocalipse 4:3, depois o livro de Apocalipse mostra o foco principal durante a Tribulação, que é Israel. Somente em Apocalipse 18:24 vemos a Igreja retornando (após os sete anos de Tribulação) Outro fator importante é que a posição pré-tribulacionista aceita a ideia das dispensações bíblicas. A igreja e Israel são dois grupos distintos para os quais Deus tem um plano divino. A igreja é um mistério não revelado no Antigo Testamento. Essa era de mistério presente insere-se no plano de Deus para com Israel por causa da rejeição ao Messias na sua primeira vinda. Esse plano de mistério deve ser completado antes que Deus possa retomar seu plano com Israel e completá-lo. Tais considerações surgem do método literal de interpretação[i].

Apenas a posição pré-tribulacionista preserva o poder motivador do retorno iminente de Cristo, que era o grande desafio da Igreja primitiva. Em Atos 1:11, 1 Coríntios 15:52-52, , entre outras passagens, os apóstolos ensinaram que Cristo poderia retornar a qualquer momento. Sem tal expectativa, a Igreja perde o foco espiritual e tem a tendência de se tornar morta

O ponto de vista pré-tribulacionista mantém a certeza da Palavra de que os cristãos serão guardados da Tribulação, não tendo que passar pelos horrores indizíveis da tribulação que há de vir sobre o mundo, pois segundo essa concepção, a tribulação é o dia da ira do Senhor, não um meio pelo qual a igreja será purificada, pois ela já foi lavada no sangue do cordeiro. Ef 5:27.

Agora vejamos as bases bíblicas que sustentam a visão pré-tribulacionista.

·         A septuagésima semana de Daniel.

A septuagésima semana de Daniel é um período de ira divina, não sendo reservado para a igreja. Quando analisado as palavras do Antigo e Novo testamento, podemos entender o caráter desse período:

1) ira (Ap 6.16,17; 11.18; 14.19; 15.1,7; 16.1,19; l Ts 1.9,10; 5.9; Sf 1.15,18);
2) julgamento (AP 14.7; 15.4; 16.5-7; 19.2);
3) indignação (Is 26.20,21; 34.1-3);
4) castigo (Is 24.20,21);
5) hora do julgamento (Ap 3.10);
6) hora de angústia (Jr 30.7);
7) destruição (Jl 1.15);
8) trevas (Jl 2.2; Sf 1.14-18; Am 5.18).

Lembrando que esses versículos se referem a totalidade da semana, não somente a metade dela para o fim, ou seja, toda a tribulação, até mesmo os três anos e meio de enganosa paz, são dias da ira do Senhor.

Essa semana de Daniel, é o período do derramar da ira do Senhor, onde ele fará beber o cálice da sua ira. Em Apocalipse 3.10; Isaías 34.2; 24.1,4,5,16,17,18-21 e muitas outras passagens esclarecem isso muito bem. Mesmo sendo de âmbito mundial, esse período é particularmente dirigido a Israel. Jeremias 30.7, que chama esse período "tempo de angústia de Jacó", confirma isso. Os acontecimentos da septuagésima semana são acontecimentos do "dia do SENHOR" ou "dia de Jeová". O uso do nome da divindade realça o relacionamento peculiar de Deus com aquela nação. Quando esse período está sendo profetizado em Daniel 9, Deus diz ao profeta: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade" (v. 24). Todo esse período faz, então, referência ao povo de Daniel, Israel, e à cidade santa de Daniel, Jerusalém. Visto que muitas passagens do Novo Testamento como Efésios 3.1-6 e Colossenses 1.25- 27 mostram claramente que a igreja é um mistério e sua natureza como um corpo composto por judeus e gentios não foi manifestada no Antigo Testamento, a igreja não poderia estar nessa e em nenhuma outra profecia do Antigo Testamento. Já que a igreja não teve sua existência senão depois da morte e ressurreição de Cristo (Ef 5.25,26, Rm 4.25; Cl 3.1- 3), e sua ascensão (Ef 1.19,20) e posteriormente da descida do Espírito Santo em Pentecostes, com o início de todos os Seus ministérios a favor do crente (At 2), não poderia constar das primeiras 69 semanas dessa profecia. Já que a igreja não faz parte das primeiras 69 semanas, que estão relacionadas apenas ao plano de Deus para com Israel, ela não pode fazer parte da septuagésima semana, que está, mais uma vez, relacionada ao plano de Deus para Israel, depois que o mistério do plano de Deus para a igreja for concluído[ii].

·         A doutrina da Iminência.

A nação de Israel quando estiver no período da grande tribulação, não saberá o dia nem a hora exata da volta do Senhor Jesus, contudo, terá os sinais que precederão a sua volta para livrar Israel. Esses sinais foram dados a Israel, não a Igreja, pois a Igreja tem a ordem de viver aguardando a iminente volta do senhor Jesus a qualquer momento, sem nenhum sinal específico para isso, pois todos os sinais já s cumpriram. (Jo 14.2,3; At 1.11; 1 Co 15.51,52; Fp 3.20; Cl 3.4; l Ts 1.10; l Tm 6.14; Tg 5.8; II Pe 3.3.10). Passagens como 1 Tessalonicenses 5.6, Tito 2.13 e Apocalipse 3.3 alertam o crente a aguardar o próprio Senhor, não aguardar sinais que antecederiam Seu retorno. É verdade que os acontecimentos da septuagésima semana lançarão um prenúncio antes do arrebatamento, mas a atenção do crente deve ser sempre dirigida para Cristo, nunca aos presságios.

·         A detentor do Anti Cristo.

Os cristãos em Tessalônica temiam que o arrebatamento já tivesse acontecido e eles estivessem vivendo o dia do Senhor, isso porque a igreja sofria terrível perseguição, que vemos expressas no primeiro capítulo de II Tessalonicenses.  Paulo então escreve aos irmãos que tal coisa era impossível. Primeiro, ele mostra no v. 3 que o dia do Senhor não aconteceria até que houvesse uma partida. Não importa se essa partida seria um afastamento da fé ou uma partida dos santos da terra, como já mencionado no v. 1. Segundo, ele revela que haveria a manifestação do homem de pecado, ou o iníquo, descrito com mais detalhes em Apocalipse 13. O argumento de Paulo no v. 7 é que, apesar de o mistério de iniquidade já estar em vigor em seus dias, quer dizer, o sistema sem lei que culminaria na pessoa do iníquo já estava manifesto, este iníquo, no entanto, não se manifestaria até que o Detentor fosse afastado. Em outras palavras, Alguém impede o propósito de Satanás de culminar e Ele continuará a realizar seu ministério até ser afastado (v. 7,8). Explicações a respeito da pessoa do Detentor como governo humano, lei, igreja visível não são suficientes, pois esses todos continuarão em certa medida após a manifestação do iníquo. Embora esse seja um problema essencialmente exegético, parece que o Único que conseguiria exercer tal ministério de detenção seria o Espírito Santo. Contudo, a indicação aqui é que, enquanto o Espírito Santo estiver habitando na igreja, que é o Seu templo, esse trabalho de detenção continuará e o homem de pecado não poderá ser revelado. 

Apenas quando a igreja, o templo, for retirada, o ministério de detenção cessará e a iniqüidade produzirá o iníquo. Devemos notar que o Espírito Santo não cessará seu ministério após a retirada da igreja, nem deixará de ser onipresente com esse afastamento, mas Seu ministério restringidor cessará. Dessa maneira, o ministério do Detentor, que continuará enquanto Seu templo estiver na terra e que precisa cessar antes que o iníquo seja revelado, requer o arrebatamento pré- tribulacionalista da igreja, pois Daniel 9.27 revela que esse iníquo será manifesto no começo da septuagésima semana.

·         Distinção entre o arrebatamento e a segunda vinda.

Embora mais possa ser dito acerca dessa doutrina, iremos expor aqui somente mais um tópico, pois cremos ser o suficiente para que o leitor entenda as bases dessa interpretação.
É importante observar que a doutrina pré-tribulacionista faz várias contraposições entre o arrebatamento e a segunda vinda. Essa doutrina não vê como um só evento, mas como dois eventos distintos, a saber:

1)      A translação compreende a retirada dos crentes, enquanto o segundo advento requer o aparecimento e a manifestação do Filho.

2)      Na translação os santos são levados nos ares, enquanto na segunda vinda Cristo volta à terra.

3)      Na translação Cristo vem buscar Sua noiva, enquanto na segunda vinda Ele retorna com a noiva.

4)      A translação resulta na retirada da igreja e na instauração da tribulação, enquanto a segunda vinda resulta no estabelecimento do reino milenar.

5)      A translação é iminente, enquanto a segunda vinda é precedida por uma multidão de sinais.

6)      A translação traz uma mensagem de conforto, enquanto a segunda vinda é acompanhada por uma mensagem de julgamento.

7)      A translação está relacionada ao plano para a igreja, enquanto a segunda vinda está relacionada ao plano para Israel e para o mundo.

8)      A translação é um mistério, enquanto a segunda vinda é prevista em ambos os testamentos.

9)      Na translação os crentes são julgados, enquanto na segunda vinda os gentios e Israel são julgados.

10)  A translação deixa a criação intacta, enquanto a segunda vinda implica uma mudança na criação.
                                      
Agora que estabelecemos a base para o Período da Tribulação e mostramos como ele se refere a Israel e não à igreja, voltemos nossa atenção para os aspectos lógicos e de bom senso para o arrebatamento antes da Tribulação. Já dissemos que é um ponto irrealista e espiritualmente improdutivo pensar que o Senhor sujeitaria sua amada noiva aos terríveis eventos da Tribulação. E, aproveitando que estamos no assunto da noiva de Cristo, vamos dar uma rápida olhada nos antigos costumes hebraicos de noivado e casamento.

Uma vez que os pais concordassem com o casamento de seus filhos e o noivado formal fosse declarado (o noivado naquele tempo tinha o mesmo vínculo de indissolubilidade que o casamento), o noivo então iria providenciar uma casa para viver com a noiva. Isso, freqüentemente levava até dois anos para ser concluído. Enquanto esperava, a noiva permanecia na casa de seu pai, mas vivia em uma "expectativa do retorno do noivo a qualquer momento". Suas malas ficavam prontas, por assim dizer, pois ela ansiava com expectativa pelo dia em que seu pretendido voltaria para ela. 

Então, quando o noivo finalmente ficava preparado para receber sua noiva, um alegre grupo de celebrantes, juntamente com os "amigos do noivo" - os paraninfos, ou padrinhos, na terminologia atual - vinham à casa da noiva à meia-noite, e um amigo do noivo gritava "Aí vem o noivo!" A noiva, logicamente, devia acordar e abrir a porta para os celebrantes. Nesse ponto, ele acompanhava o grupo festivo até a casa do pai do noivo, onde a cerimônia de casamento ocorria - e depois disso, o casal se mudava para sua nova casa, para uma lua-de-mel que normalmente durava sete dias.

Embora a doutrina não se restrinja a isso, tendo uma envergadura teológica mais ampla, consideramos que estes pontos são o suficiente para que o leitor conheça a doutrina pré-tribulacionista e seus principais aspectos. Agora veremos as principais bases para o meso-tribulacionistas.

continua...

[i] Módulo IV, Escatologia. Faculdade de Teologia e Ciências. p.77
[ii] Módulo IV, Escatologia. Faculdade de Teologia e Ciências. p.79.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A verdadeira Lo-Debar.

Quem nunca ouviu uma mensagem ou até mesmo um louvor falando acerca de Mefibosete e Lo-Debar? Essa passagem bíblica tão conhecida no meio evangélico e tão divulgada em mensagens e palavras.
Pois bem, em um determinado momento senti o desejo de preparar uma mensagem sobre esse episódio, e como a grande maioria das pessoas, fui pensando em escrever algo referente a saída de uma terra seca, infrutífera, de desprezo e vergonha para a exaltação, para ser partícipe da mesa do rei. Fui pensando em falar acerca das condições de vida de Mefibosete que morava de favor na casa de Maquir, morando em uma terra tão ruim que fora lá se esconder de Davi, haja visto que como descendente de Saul, Mefibosete poderia requerer o trono, e por essa causa Davi poderia querer matá-lo para evitar assim uma nova guerra de sucessão. Mas então ao ler sobre o texto bíblico e diversos comentários sobre essa passagem, meu entendimento foi outro, e gostaria de compartilhar com vocês.

Primeiro vale ressaltar como Lo-Debar aparece na história. No capítulo 9 de II Samuel, lemos a história de como Davi procura algum membro da família de Saul para usar de beneficência por amor a Jônatas, a quem havia prometido cuidar de seus descendentes 1 Samuel 20:14-17 1 Samuel 18:32 Samuel 21:7.
Ao fazer essa pergunta, lhe apresentaram Ziba, ele tinha sido servo do rei Saul e sabia do paradeiro dos antigos membros da família de seu antigo senhor. Portanto, Ziba deveria saber informar, com precisão sobre o assunto que interessava a Davi, ao que ele responde prontamente a pergunta de Davi, declarando que ainda havia um filho de Jônatas chamado Mefibosete também conhecido por Meribe-Baal  1 Crônicas 8:34, que significa, Baal é nosso advogado. Veja que esse era o primeiro nome de Mefibosete, mas depois seu nome se tornou Mefibosete (bosete = vergonha). 

A Bíblia ainda nos conta que Mefibosete era aleijado de ambos os pés e isso fora devido não por uma falha genética, mas por sua ama tê-lo deixado cair quando esta fugia com ele depois da morte de seu pai, Jônatas e seu avô, Saul. 2 Samuel 4:4. Após esse episódio Mefibosete se refugiou na casa de Maquir de Lo-Debar, provavelmente Mefibosete teria recorrido aos parentes de sua mãe e por lá teria estabelecido residência, mas isso não é certo pois não há na Bíblia nenhuma referência de Maquir ter algum grau de parentesco com Mefibosete. O mais provável é que Maquir tenha recolhido Mefibosete em sua casa por benevolência, não por laços parentais.
Então nesse ponto chegamos a uma parte importante para nos revelar que lugar era esse Lo-Debar, pois Mefibosete não era natural de Lo-Debar, mas Maquir sim morava lá, e através de Maquir iremos conhecer um pouco de Lo-Debar. 

Maquir, não era pobre, nem habitava em um pobre lugar! Essa ideia de Lo-Debar como terra seca, terra de amargura, uma terra que plantando nada cresce, não tem nenhuma referência bíblica, não tem como se provar que Lo-Debar era um lugar ruim ou terrível, um lugar de miséria, isso porque um de seus moradores era Maquir e Maquir era homem muito rico. Vejamos, em 2 Samuel 17:27-29 vemos que quando Davi está saindo fugido por causa da rebelião de Absalão, ele é socorrido por alguns homens, dentre eles Maquir, que supre as necessidades de Davi e dos homens que com ele estavam. Maquir era descendente direto de outro Maqui, que aparece em Dt 3:15 Maquir o conquistador e fundador da  da tribo dos maquiritas, foi o filho mais velho de Manassés e neto de José (Gên. 50:23; Jos. 17:1). Ele subjugou Gileade e recebeu aqueles territórios, quando a Terra Prometida foi dividida após a conquista. Lo-Debar não era uma terra de miséria, nem seus moradores miseráveis. 
Bem, agora que conhecemos um dos moradores de Lo-Debar e haja visto que esse morada era importante e influente a ponto de ajudar Davi em sua fuga e receber em sua casa um descendente da família real de Saul, vamos conhecer a cidade em que ele morava, Lo-Debar.

Lo-Debar, ou melhor Debir que no hebraico significa "santuário". Nas paginas do Antigo Testamento, esse é o nome de duas cidades e de um homem, a saber resumidamente:

1.Uma cidade no território de Judá, a quarenta e oito quilômetros a sudoeste de Jerusalém e a dezesseis quilômetros a oeste de Hebrom (Jos. 15:7). No décimo quinto versículo desse mesmo capitulo, temos a informação de que o nome anterior dessa cidade era Quiriate- Sefer. Foi um dos muitos lugares conquistados por Josué (Jos. 10:38 ss). Posteriormente, foi reocupado por Otniel (Jos. 15:7,15,17). O nome que os cananeus lhe davam, Quiriate-Sefer, significa «cidade do livro». Mas seu novo nome, Debir, parece sugerir que era ali que os cananeus tinham um de seus oráculos. Portanto, tanto um quanto o outro nome sugere material escrito ligado ao culto dos deuses pagãos, ali localizado. Porém, outros imaginam que a transliteração para o hebraico não preservou o intuito original do nome cananeu, pelo que a referência à ideia de escrita seria incorreta*.

2. Uma cidade em Gileade, perto do Jordão (Jos. 13:26). Não ficava longe de Maanaim, tendo sido identificada por alguns estudiosos com a «Lo-Debar» de II Samuel 17:27. Há alusão a Debir, em Amós 6:13; mas, uma distorção proposital do nome, faz com que este signifique «nulidade» (nossa versão portuguesa diz «Lo-Debar»), porque, mui provavelmente, na época daquele profeta o local era sede de algum culto pagão. O local moderno dessa antiga cidade é desconhecido**.

3. Um rei de Eglom, membro de uma aliança de cinco reis amorreus que se opuseram a Gibeom, a convite de Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém. Porém, alguns eruditos pensam que o nome «Debir», nesse caso, refere-se a uma fortaleza, e não a um rei. Ver Jos. 10:3,5,16,26. Os gibeonitas apelaram para Josué, pedindo ajuda militar. A batalha teve lugar no vale de Aijalom, quando ocorreu o longo dia de Josué (Jos. 10:3-39). Se Debir foi, realmente, um monarca, então ele viveu em torno de 1450 A.C.***

Não encontramos nenhuma referência então a Lo-Debar como terra desértica ou algo parecido, ao contrário era uma terra muito bem localizada.

Então todas as mensagens que tinham Lo-Debar como pano de fundo, que tratavam Mefibosete saindo de um lugar de desprezo para a mesa do Rei estavam erradas? Não e sim!
Não, porque como vimos se referir a Lo-Debar como uma terra ruim é totalmente errôneo. Foi em Lo-Debar que Mefibosete contraiu matrimônio, isso indica que ele apesar de ser aleijado de ambos os pés, mantinha uma porcentagem de sua realeza, não sendo de todo desprezado. Até sua morada na casa de Maquir revela que ele fora acolhido por um homem rico e influente como vimos. Claro que morar de favor, ser aleijado não era das melhores condições de vida, mas isso não quer dizer levar uma vida miserável. Mefibosete talvez estivesse nessa terra longínqua de Jerusalém por temer por sua vida, pois era comum uma nova dinastia eliminar os membros da antiga família real, então em Lo-Debar Mefibosete estaria em um lugar de esquecimento, onde ninguém se lembraria que restava alguém ainda da família de Saul, só quem lembrava de tal coisa era o antigo servo da casa real Ziba.

Embora se possa argumentar que Mefibosete tenha o seu nome de (bosete = vergonha) possa revelar que ele ali estaria em estado de vergonha, devemos lembrar que o seu nome Meri-Baal possa ter influenciado na troca pelo escritor, que quis acentuar a negatividade do seu antigo nome. Se porventura disserem que ele ao chegar a Davi se considera um cão morto, é uma questão de bom senso que diante da possibilidade de se ter a cabeça cortada agirmos humildemente, isto porque ainda não havia sido revelado que Davi agiria de bom grado para com Mefibosete.
Então dizer que estar em Lo-Debar é algo ruim, pode ser verdade em parte (lugar onde Mefibosete se escondeu de ser morto, morar de favor na casa de Maquir...) mas dizer que lá era uma terra dos pobres de Israel é uma grande tolice.

Referências:
Comentários Bíblicos Mathew, Beacon e Champlin
Bíblia de Estudo Pentecostal
***retirado do Dicionário Champlin.  

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Conselhos de sabedoria.


Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais suave do que o azeite.
Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes.


Provérbios 5:3-4



No mundo de hoje o sexo se tornou algo totalmente banal. É comum falar sobre sexo, ver cenas de sexo nos filmes e novelas, praticar sexo mesmo quando se está na idade de se fazer de tudo menos sexo. O sexo é cantado em músicas que vulgarizam a mulher, banalizam as relações monogâmicas e popularizam o sexo sem compromisso, por prazer, para saciar o desejo e paixões.
Embora a igreja se coloque como um dos bastiões da preservação da moralidade e do regramento sexual, muitos dos que estão dentro da igreja não agem de acordo com os mandamentos bíblicos. Não são poucos os casos de adultério, fornicação e outros tipos de pecados sexuais, incluindo aí até o homossexualismo. O pecado sexual é tão sutil e de certa forma agradável que tem levado muitos homens e mulheres a queda e, até mesmo na bíblia encontramos um caso clássico de um homem que se deixou levar pelos seus desejos e isso lhe trouxe grande amargura e tristeza 2 Samuel 11.
Isso serve de alerta para nos mostrar que até mesmo o mais forte dos homens, a mais poderosa mulher pode ser presa fácil se abrir brecha para os seus desejos, vindo então a cair em um laço que lhe causará dor e tristeza. O pecado sexual tem sido uma das armas mais eficazes do inimigo para derrubar muitos dos servos de Deus, por isso toda vigilância contra esse tipo de armadilha se faz necessária. Agora vejamos os conselhos do sábio para que não caiamos nessa rede que nos levará a ruína.
No verso 3 o sábio declara que:
"os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite"
Não há quem possa negar que são grandes os atrativos dos desejos sexuais, por isso Salomão os descreve como doces como o mel. Aparentemente quando se está envolvido no pecado sexual a impressão que se tem é que tudo é ótimo e maravilhoso, não se consegue enxergar os malefícios que advém da prática ilícita sexual enquanto se está cometendo, somente depois é que se verifica o amargor (v.4) do ato. É somente depois de praticado o ato que nos advém o gosto amargo da situação, o remorso que ataca a mente. Ela tem os seus pés firmados no inferno, para lá arrastar todos aqueles que foram seduzidos por ela (v.5) O pecado sexual usa variadas faces, vem encoberto de modo que nem sempre reconhecemos os seus caminhos, só nos dando conta quando já estamos com os nossos pés em suas carreiras. (v.6) Pode vir em forma de elogio, um pequeno filme, fotos, sempre de forma sutil ele vai nos enredando até estarmos totalmente envolvidos.
Sabendo da atração que esse pecado exerce sobre o homem e sobre a mulher, Salomão adverte que devemos afastar dela os caminhos (v.8) se possível afastarmos qualquer possibilidade de um encontro com esse tipo de pecado. Nem sempre é possível dizer não, por isso o mais aconselhável é evitar estar em qualquer situação em que o pecado sexual tenha uma chance de se apresentar. O sábio aconselha que se deva nem ao menos nos aproximar da porta da casa do pecado, já reconhecendo que tendo uma chance, o pecado sexual terá êxito em levar o homem e a mulher a se deixar levar pelas suas doces palavras.
Aquele que não dá ouvidos a voz dos conselhos, acabam sendo levados por seus desejos e no seu fim o que lhe resta é tristeza e decepção. Nos versículos 11 a 13 o que vemos é o resultado daqueles que não ouvem a voz do Senhor quanto a evitar esses tipos de pecados, o que lhe resta é o remorso e arrependimento. Ora, veja que enquanto em vida, o arrependimento produz uma mudança de comportamento, embora os resultados das escolhas anteriores permaneçam durante a vida. Um dos pecados que causam mais vergonha no meio dos servos de Deus com toda a certeza é o pecado sexual (v.9) a honra a reputação do homem e da mulher ficam como que para sempre manchadas, onde for sempre levará consigo como Caim, a marca de seu pecado, por isso o aconselhamento para que se fuja desse tipo de situação para que não se dê a sua "honra a outros". Além da perda da honra, o que restará aquele que entrar por esses caminhos será o pesar de sua consciência (vv.12,13) a certeza de que foi avisado mas mesmo assim escolheu o caminho do erro. No inferno, a maior dor não será advinda do fogo, dos vermes que nunca morrem, mas sim do peso da consciência que tudo aquilo poderia ser evitado se escutado os sábios conselhos.
Nos versículos seguintes (vv.15 a 20) Salomão lista uma série de conselhos de forma metafórica, afim de fazer entender o que diz o sábio pregador iremos expor o sentido de suas palavras, que para nós algumas soam incompreensíveis, mas que seriam inteligentemente compreendidas em sua época.
"Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço." v.15
Ame a sua esposa e somente a ela! Poderíamos reduzir esse versículo a essa sentença. Aqui se aconselha ao homem ter e buscar o prazer sexual em sua esposa, que aqui é comparada a uma cisterna, um manancial privado de águas. Não é uma fonte pública onde todos podem se satisfazer, a cisterna é algo particular, para seu proveito próprio. Uma cisterna era uma fonte, não um depósito de águas paradas, ela flui constantemente, sendo jorrando água limpa e pura. A cisterna aqui é a oposição as fontes públicas, o homem deveria buscar o prazer sexual somente em casa, não da casa do próximo e muito menos nas fontes públicas, onde encontraria somente as prostitutas.
"Derramar-se-ia por fora as tuas fontes, e pelas ruas, os ribeiros de águas? Sejam para ti só e não para os estranhos contigo" vv.16,17.
Nesse destaca-se que a esposa era para o esposo e assim o contrário, não se deveria nem buscar prazer em outra mulher, assim como também não deveria se oferecer sua esposa para satisfazer o prazer de ninguém a não ser o esposo, por isso a prática de ménage ou swing não ser uma prática lícita para os servos de Deus, mesmo com o consentimento do cônjuge.
"Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade" v.18
O sexo fora criado por Deus para satisfação do homem e da mulher. Homem e mulher aqui entenda-se esposa e esposo. É no casamento que o sexo pode ser praticado com alegria e satisfação, sem que os praticantes temam estar incorrendo no erro, pois no casamento, a relação sexual é uma forma de prazer, de cumplicidade, carinho e satisfação. É natural do homem e da mulher sentir o desejo sexual, é algo tão natural quanto a qualquer outra necessidade humana. O casamento é o único estágio na vida do homem e da mulher onde eles podem satisfazer os desejos sexuais, dentro de padrão moral e com seu próprio esposo e esposa como já tanto afirmado.
"...pelo seu amor sê atraído perpetuamente". v.19
Para tratar deste versículo, é interessante reproduzir a nota de Champlin. "Uma boa esposa deve ser como os animais brincalhões, graciosos e amoráveis do campo, que desconhecem qualquer coisa sobre inibições e para os quais todos os prazeres sensuais são legítimos. Todas as culturas têm comparado as mulheres a certos animais graciosos dos campos. A corça é conhecida por sua graça e beleza e também pelo grande amor que devota aos filhotes". O falso moralismo religioso por muitos anos impôs severas condições até mesmo para a atividade sexual. Mas o que se aconselha no relacionamento entre marido e mulher é que não haja vergonha mas sim pudor! Tocar, ver o corpo de sua esposa e seu esposo é algo totalmente lícito, não é nenhum pecado a sensualidade praticada dentro do casamento. Uma mulher que é sensual para o seu marido será suficiente para que não sobre nenhum tipo de espaço para que ele se sinta atraído pela sensualidade de outra mulher. Associou-se erroneamente a sensualidade com o pecado de luxúria. O que vemos aqui é o conselho para a mulher ser graciosa, amorosa como os animais do campo, ser sensual para o seu marido não é nenhum pecado, antes é uma forma de tê-lo "atraído perpetuamente" para que ele não ande após a mulher estrangeira (v.20) Uma ressalva deve ser feita, a sensualidade deve ser guardada para o marido e para ele só, não se deve andar e agir sensualmente na igreja ou em outros locais. Infelizmente as vestes de muitas mulheres tem provocado pensamentos e imaginações terríveis em outros homens, isso porque não sabem guardar a sua sensualidade para o seu esposo, provocando assim o desejo sexual em outros homens.
Por fim Salomão destaca que os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor (v.21). Pois embora fosse considerado adultério todo aquele que praticasse o ato sexual fora do seu casamento, o Senhor Jesus Cristo radicaliza ao dizer que somente o pensar na outra mulher ou no homem que já possui mulher, aí já se configura adultério (Mt 5.27 a 30) Enquanto o ímpio fica preso nos caminhos da iniquidade, pois não consegue se livrar de seus erros, até que chegará o dia de seu fim e já não haverá mais a chance de mudar sua trajetória (vv.22,23).

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