Meso-tribulacionistas
O Arrebatamento
meso-Tribulacionista é parecido ao pré-Tribulacionista, porém assume que o
Arrebatamento ocorrerá no meio da Tribulação, tomando como base Mateus 24:15,21
e Apocalipse 11:12. Neste ponto de vista, a Igreja passaria pela ira e a
perseguição do anticristo na primeira metade da Tribulação. A posição meso-tribulacionista
usa a profecia das duas testemunhas em Apocalipse 11 para apontar que o
Arrebatamento ocorreria no meio da Tribulação:
Apocalipse 11:12 "E [as duas
testemunhas] ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E
subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram."
Porém, a posição
meso-Tribulacionista tenta se justificar usando os seguintes argumentos:
· O termo "Subi para aqui" de Apocalipse
11 seria o momento do Arrebatamento da Igreja, mas nesse versículo fica claro
que quem sobe são somente as duas testemunhas, e não a Igreja como um todo
· Apocalipse 12:14 estaria em seqüência
cronológica a Apocalipse 11 quando diz "um tempo, tempo e metade de um
tempo" (42 meses = 3,5 anos) e seria a justificativa de que após o
Arrebatamento haveriam somente mais 3,5 anos de Tribulação. Tal conclusão é incorreta
porque a Igreja já não é mencionada entre Apocalipse 4 e 18 (o Arrebatamento já
ocorreu). Apocalipse 12, marca o meio da Tribulação, mas já sem a Igreja nesse
cenário
A posição meso-Tribulacionista
não é considerada biblicamente correta pois nega vários versículos bíblicos que
garantem que Deus guardará a Igreja da Sua Ira durante a Tribulação. Clique
aqui para saber quais são estes versículos. Outro fator importante é que a
Bíblia jamais afirma em lugar nenhum que o anticristo deveria vir primeiro para
que o Arrebatamento acontecesse. Portanto, a posição meso-Tribulacionista para
o Arrebatamento não é a mais correta de ser aceita
Os pós-tribulacionistas.
A doutrina que veremos agora é acerca do arrebatamento da
Igreja no fim da tribulação, segundo essa doutrina, a igreja continuará na
terra até a segunda vinda, no final desta presente era, e será levada às nuvens
para encontrar o Senhor que veio pelos ares, vindo do céu no segundo advento,
para retornar imediatamente com Ele.
O conceito do pós-Tribulacionismo se apoia na identificação
incorreta da Igreja como sendo os santos da Tribulação, sendo que os santos da
Tribulação se referem aos convertidos após o Arrebatamento, quando não há mais
Igreja sobre a terra. Ou seja, para a posição pós-Tribulacionista, a Igreja
passaria por todo o período de Tribulação, mas em seu final seria arrebatada,
com a segunda Vinda de Cristo. Não existe nenhuma passagem bíblica que
justifique este argumento e por isso, esta posição tem sido frequentemente
refutada. Mas vamos verificar onde se apoia as principais bases de sustentação
dessa doutrina.
O pós-tribulacionismo precisa basear-se numa
negação do dispensacionalismo e de todas as distinções dispensacionalistas. Só
assim pode colocar a igreja naquele período que é particularmente chamado
"tempo de angústia para Jacó" (Jr 30.7).
Consequentemente, a posição pós-tribulacionista
repousa na negação das distinções entre Israel e a igreja.
A posição precisa repousar na negação do
ensinamento bíblico concernente à natureza e ao propósito do período
tribulacional. Embora as Escrituras usem termos como ira, julgamento,
indignação, provações, problemas e destruição para descrevê-lo, e declarem que
o propósito divino nesse período é derramar o julgamento sobre o pecado, os
defensores dessa posição têm de negar esse ensinamento essencial da Palavra.
O pós-tribulacionista precisa negar todas as
distinções observadas nas Escrituras entre o arrebatamento e o segundo advento,
fazendo dos dois um e o mesmo acontecimento. O pós-tribulacionista precisa negar a doutrina
da iminência, que diz que o Senhor pode voltar a qualquer momento,
substituindo-a pelo ensinamento de que vários sinais devem ser cumpridos antes
que o Senhor possa vir.
O pós-tribulacionista nega qualquer cumprimento
futuro da profecia em Daniel 9.24-27, alegando para ela um cumprimento
histórico.
O pós-tribulacionista precisa aplicar à igreja
grandes passagens das Escrituras que esboçam o plano de Deus para Israel (Mt
13; Mt 24 e 25; Ap 4-19), a fim de manter suas concepções. Observamos, assim,
que a posição apoia-se essencialmente num sistema de negação das interpretações
sustentadas pelos pré-tribulacionistas, e não numa exposição verificável das
Escrituras.
·
O argumento contra a iminência.
Um dos maiores argumentos dos
pós-tribulacionistas é contra a iminência, ou seja, o retorne inesperado do
senhor Jesus. É evidente que, se a crença no iminente retorno de Cristo for
doutrina bíblica, então a igreja deve ser arrebatada antes do desdobramento dos
sinais do período tribulacional.
O partidário dessa posição desconsidera todas
as exortações bíblicas à igreja para aguardar o aparecimento de Cristo e
insiste em que devemos buscar sinais. Sua posição repousa no argumento de que
os anúncios de acontecimentos como a destruição de Jerusalém, a morte de Pedro,
o aprisionamento de Paulo e o plano anunciado para os séculos vindouros, como
encontrado em Mateus 28.19,20, junto com o curso esboçado desta era e o
desenvolvimento da apostasia, tornam impossível um retorno iminente; por
conseguinte o Senhor não poderia vir até que se dessem esses acontecimentos.
Tais argumentos não levam em conta que os mesmos homens que receberam tais
anúncios acreditavam que o curso natural da história poderia ser interrompido
pela translação dos crentes para fora da esfera e sustentavam o conceito do
retorno iminente de Cristo.
·
A promessa da tribulação.
O outro grande argumento dos
pós-tribulacionistas baseia-se na promessa de tribulação dada à igreja
[i].
Passagens como Lucas 23.27-31, Mateus 24.9-11 e Marcos 13.9-13, que são
dirigidas a Israel e lhe prometem tribulação, são usadas para provar que a
igreja passará pelo período de tribulação. Além disso, trechos como João
15.18,19 e João 16.1,2,33, que são dirigidos à igreja, também são usados. Seu
argumento é que, à luz de tais promessas específicas, é impossível dizer que a
igreja será arrebatada antes do período tribulacional. Seu argumento é
fundamentado pela citação de perseguições presentes em Atos, das quais a igreja
foi vítima (At 8.1-3; 11.19; 14.22; Rm 12.12) como cumprimento parcial daqueles
alertas.
1.
Em resposta a esse argumento, é necessário
notar, primeiramente, que as Escrituras estão repletas de promessas de que
Israel passará por um tempo de purificação que o preparará como nação para o
milênio seguinte ao advento do Messias. Contudo, como Israel deve ser
distinguido da igreja na economia de Deus, as passagens que prometem tribulação
para Israel não podem ser usadas para ensinar que a igreja passará pelo período
tribulacional. Israel e a igreja são duas entidades distintas no plano de Deus
e assim devem ser consideradas.
2. Além disso, devemos notar que o termo tribulação
é usado de maneiras diferentes nas Escrituras. E usado em sentido não-técnico e
não-escatológico referindo-se a qualquer período de sofrimento ou provação pelo
qual alguém passa. Assim aparece em Mateus 13.21; Marcos 4.17; João 16.33;
Romanos 5.3; 12.12; 2Coríntios 1.4; 2Tessalonicenses 1.4; Apocalipse 1.9. É
usado no seu sentido técnico ou escatológico em referência a todo o período de
sete anos da tribulação, como em Apocalipse 2.22 ou Mateus 24.29. É assim usado
em referência à última metade desse período de sete anos, como em Mateus 24.21.
Quando a palavra tribulação é usada em referência à igreja, como em João 16.33,
aparece em sentido não-técnico, na qual a igreja é vista como uma oposição
duradoura ao deus deste século, mas não ensina que a igreja passará
rigorosamente pelo período conhecido como tribulação. De outra maneira, alguém
teria de ensinar que a tribulação já existe há mil e novecentos anos.
Visto que os pós-tribulacionistas
insistem em que a igreja, além de ter promessas de tribulação, está
experimentando essa tribulação, assim como a igreja através dos tempos, eles
devem dar àquele período caráter diferente do encontrado nas Escrituras. Já
vimos que a caracterização daquele período, de acordo com as Escrituras, é
descrito por palavras como ira, julgamento, indignação, provação, problema e
destruição. Essa caracterização essencial precisa ser negada pelo seguidor
dessa posição.
[i] Cf. George ROSE, Tribulation till translation,
p. 67-77.