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quarta-feira, 26 de abril de 2023

O que é Homilética? Porque ela é importante?

Homilética é a arte de preparar e apresentar sermões e pregações religiosas. Algumas das principais características da homilética incluem:

  1. Foco na mensagem: A homilética tem como objetivo principal comunicar a mensagem bíblica de forma clara e relevante para o público ou congregação. O pregador deve ter uma mensagem clara e coerente, que possa ser facilmente entendida pelo público.

  2. Contextualização: É importante que o pregador entenda o contexto histórico e cultural em que a mensagem bíblica foi escrita e, assim, possa contextualizá-la para o tempo presente. Isso ajuda a tornar a mensagem mais relevante e aplicável para o público.

  3. Exegese: A homilética envolve a interpretação cuidadosa e precisa do texto bíblico. O pregador deve analisar e compreender o significado das palavras, frases e versículos bíblicos, para que possa explicá-los claramente e aplicá-los corretamente.

  4. Criatividade: Apesar de seguir princípios e normas, a homilética também permite espaço para a criatividade e a originalidade. O pregador pode usar recursos como ilustrações, histórias e exemplos para tornar a mensagem mais clara e envolvente.

  5. Relevância: O pregador deve procurar tornar a mensagem bíblica relevante para as necessidades e desafios da audiência, trazendo aplicação prática e soluções para questões específicas que o público enfrenta.

  6. Exortação: A homilética tem como objetivo motivar e encorajar a congregação a viver de acordo com os ensinamentos da Bíblia e a aplicá-los em suas vidas diárias. A exortação é uma das principais formas pelas quais a homilética busca transformar a vida das pessoas.


Embora algumas denominações pseudo cristãs e até mesmo cristãs não deem a homilética a sua importância, destacando que a mensagem deve ser "inspirada pelo espírito santo", como se isso isentasse o pregador de se preparar antecipadamente. Há muitas obras de referência acerca do assunto da homilética, algumas delas escritas pelos maiores pregadores cristãos da história da igreja. Destacamos as muitas obras as seguintes.
  1. "A Arte de Pregar" de Charles Haddon Spurgeon - é considerado um dos maiores pregadores da história cristã e seu livro é um clássico na área da homilética.

  2. "Pregação Expositiva" de Haddon Robinson - é um livro de referência em homilética e explora a importância da exegese e da preparação cuidadosa do sermão.

  3. "A Preparação e o Uso de Ilustrações em Sermões" de Craig Brian Larson - é um livro que explora a importância de ilustrações na pregação e como utilizá-las de forma eficaz.

  4. "O Coração da Pregação" de Edmund Clowney - é um livro que explora a relação entre a Bíblia e a pregação, destacando a importância da mensagem central das Escrituras.

  5. "Homilética: Como Pregar Com Clareza e Poder" de John MacArthur - é um livro que aborda os elementos básicos da homilética e fornece conselhos práticos para a preparação e apresentação de sermões.

  6. "Pregação Cristocêntrica" de Bryan Chapell - é um livro que explora a importância de centrar a pregação em Jesus Cristo e apresenta princípios para uma pregação bíblica e cristocêntrica.

A não preparação do sermão pode acarretar diversos problemas para a igreja, dentre eles destacamos:
  1. Má interpretação da Bíblia: sem uma preparação cuidadosa, é possível interpretar mal as Escrituras e transmitir uma mensagem equivocada ou distorcida.

  2. Mensagem fraca ou confusa: a falta de preparação pode levar a uma mensagem fraca ou confusa, sem clareza ou coesão, o que pode levar o público a se desinteressar ou a se confundir com a mensagem.

  3. Perda de credibilidade: um pregador que não se prepara adequadamente corre o risco de perder a credibilidade junto ao público, que pode perceber sua falta de preparo e não se sentir confiante em sua liderança.

  4. Prejudicar o testemunho cristão: um sermão mal preparado pode prejudicar o testemunho cristão, passando uma imagem negativa da igreja ou de sua liderança.

Portanto, é importante que os pregadores se dediquem à preparação cuidadosa de seus sermões, buscando a orientação do Espírito Santo e utilizando ferramentas e técnicas adequadas para interpretar e transmitir corretamente a mensagem bíblica.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A primazia da palavra.

Acho que desde sempre a música exerceu uma enorme influência na humanidade. Não há um povo sequer, por mais antiga que possa ser sua existência, que não tenha desenvolvido alguma forma de cânticos. 
Seja uma música para celebrar, ou para expressar seu luto, a música faz parte da cultura humana, independente de sua localização geográfica planetária. 
Além de fazer parte inerente da humanidade, a música existia antes mesmo do ser humano, os anjos louvam a Deus, e não somente os anjos, mas nos declara a palavra de Deus que tudo o que foi criado, louva ao Senhor. (Salmos 148.2; Lucas 2:13) Por isso, nada mais natural no homem que louvar aquele que o criou, pelo seu poder e majestade.
No templo antigo, o louvor fazia parte do ritual de adoração a Deus. Os Salmos eram louvados no templo, tendo até mesmo um grupo específico para fazer essa parte, com sua turma de cantores que, constantemente louvavam a Deus. Tendo o rei Davi, deixado tudo preparado, para que quando o templo fosse enfim inaugurado, o louvor a Deus fosse permanente.

Mas, o mais interessante, é que, a influência que a música tem exercido sobre a humanidade nos dias atuais. Nunca a música foi tão valorizada, talvez mais até mesmo que os esportes, conseguindo atingir todas as esferas humanas e de todos os níveis sociais. Desde a música considerada erudita, até a música folclórica ou popular, a música chega a todos os homens e mulheres do planeta. Não se conheça um só povo que não tenha alguma forma de expressão cultural baseada na música.
Com isso, os cantores de hoje são pessoas super famosas, são considerados ídolos por muitas pessoas, tendo alguns deles, mesmo após sua morte, permanecido atual, tocando suas músicas em muitos lugares. Acredito que nunca na história da humanidade, os músicos (em especial cantores, mas alguns musicistas também) experimentaram tanta glória e fama que a música lhes podem trazer. Mesmo que a música de língua inglesa predomine, isso se dá muito pelo fato da força econômica e da poder das empresas musicais e de entretenimento, que em sua maioria, as maiores, são de origem da língua inglesa. Por isso, não me surpreende que as maiores bandas, cantores e músicos, sejam falantes da língua inglesa. Pois, há melhores cantores e talvez melhores bandas que as existentes hoje, contudo não possuem a força econômica para faze-los serem conhecidos.

Mas o que isso tem haver com a igreja e o ministério da palavra?

Tudo!
Porque nós como igreja, estamos inseridos no mundo, fazemos parte dele, e em muitos casos, por ele somos influenciados, embora devesse ser o contrário.
Na igreja primitiva havia também lugar para o louvor, Na última ceia com os discípulos, o próprio Senhor Jesus cantou com com eles antes de sair para o Monte da Oliveiras. (Marcos 14:26) Na igreja a prática do louvor era bem conhecida, cantando não somente os Salmos, mas também cânticos espirituais. (Efésios5:19; Colossenses 3:16) Mas em nenhum momento há algum destaque, ou até mesmo um ministério específico de louvor. Não existiam "levitas", somente aqueles que pertenciam a essa tribo de Israel. Havia muitos dons, e ministérios, mas nenhum dom ou ministério de louvor!
Os apóstolos perseveraram na oração e na palavra (Atos 6:4) e o ministério de servir (diaconato).

Mas na igreja atual, posso afirmar sem sombra de dúvida, que o ministério que mais se destaca é o louvor! Não há reunião que fique vazia se lá estiver um cantor de renome. Os grandes pregadores de hoje em dia, não se comparam aos grandes cantores. Poucos são os cultos onde a ministração da palavra de Deus tem mais tempo que os louvores. O problema do louvor, é quando ele começa a tomar o tempo, o lugar, que pertence a palavra. Não é a toa que temos muitos irmãos fracos, não libertos, que vivem uma vida abaixo do esperado, porque não estão alicerçados na palavra. 
O louvor deve acabar? De jeito nenhum! Se até os anjos louvam a Deus, porque nós não o louvaremos? A única questão é que não podemos permitir que o louvor, assuma o lugar de destaque em nossos cultos. 
Enquanto nós não colocarmos a palavra no seu devido lugar, nós teremos uma igreja influenciável, fraca e até doente. Quando a palavra de Deus voltar a ter o primado dentro das congregações, a igreja voltará a ser a potência que era, tal como nos tempos apostólicos.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Estudo Bíblico sobre o Arrebatamento 3ª Parte.

Principais dúvidas acerca do Arrebatamento.

Agora já cientes de quais são as principais doutrinas acerca do arrebatamento vamos esclarecer algumas dúvidas acerca desse arrebatamento. O leitor já deverá estar familiarizado que estamos adotando neste estudo a doutrina pré-tribulacionista, pois para nós, é a que está mais de acordo com as verdades bíblicas.

Então, tomando a doutrina pré-tribulacionista, podemos fazer a seguinte pergunta: Segundo essa visão bíblica, quando de fato Jesus Cristo irá voltar? Há algum sinal que antecederá a volta do Senhor? Vejamos.

Quando lemos Mateus 24, Jesus faz algumas considerações sobre o tempo do fim. Mas temos que ter ciência que naquela passagem Jesus está fazendo uma dupla referência, pois ali a verdades destinadas a Igreja e para o povo de Israel. Há referências ali para o fim dos tempos e outras referências que foram aplicadas a destruição da cidade de Jerusalém e a posterior dispersão da nação de Israel no ano 70 d.C[1]

Quando os discípulos interrogam a Jesus acerca de quando iria acontecer aqueles eventos, Jesus os adverte que eles não se preocupassem demasiadamente acerca dos eventos futuros, pois muita coisa ainda aconteceria antes do fim e umas das principais coisas que aconteceria antes do fim seria a pregação do evangelho do Reino em todo o mundo, em testemunho de todas as gentes, e então viria o fim. (v.14)

Essa tem sido uma questão muito controversa e que merece uma consideração de nossa parte. O arrebatamento acontecerá somente que todo o mundo atual tiver ouvido falar de Jesus? Somente todas as pessoas do mundo souberem quem foi Jesus é que então ocorrerá o fim?

Há duas linhas teológicas que defendem cada uma a sua posição sendo uma discordante da outra. A primeira é que esse versículo já teria se cumprido no tempo dos apóstolos e a outra, que ele ainda está para se cumprir, mas, o seu cumprimento pode se dar a qualquer momento. Então vejamos o que defende cada posição.

O evangelho já foi pregado a todo o mundo nos tempos dos apóstolos.


Essa teoria defende que o evangelho já nos tempos dos apóstolos, já teriam alcançado todo o mundo conhecido. Em Mateus 24:14 diz ‘E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim’.

Em grego, o texto está assim:

kai khrucqhsetai touto to euaggelion thV basileiaV en olh th oikoumenh eiV marturion pasin toiV eqnesin kai tote hxei to teloV.

A transliteração é:

kai kêruchthêsetai touto to euaggelion tês basileias en olê tê oikoumenê eis marturion pasin tois ethnesin kai tote êxei to telos

Traduzido ao pé da letra:

E será proclamado este evangelho do reino em todo o mundo habitado para testemunho a todas as nações então virá o fim.

Baseados nesse versículo podemos entender:

Onde será pregado o evangelho?

En (en) todo (olê) o (tê) mundo (oikoumene). Mundo: O significado desta palavra é: “terra, i.e., o (parte do terreno) globo, especialmente, o império Romano: planeta Terra, mundo.

Para quem será pregado o evangelho?

Pasin (a todas) tois (as) ethnesin (nações) – Nações: Provavelmente de ethos, etnia, uma raça, i.e., uma tribo, especialmente estrangeira (no caso, não Judeus) um (usualmente, por implicação, pagão): Gentil, nação, povo.

Pois bem, então percebemos que uma boa tradução nos deixaria claro: “será proclamado o evangelho do reino a todo o mundo da atual globalização, para testemunho de todos os países e subdivisões étnicas, então virá o fim”.

Portanto, o verso não diz que o evangelho deverá ser explícita e esgotadamente pregado para todas as pessoas, mas sim, para todos os POVOS, como bem traduzem as versões modernas. Note também que este não é o único sinal da volta de Cristo. Há uma série de eventos a acontecer. A soma deles é que trará o clímax para a volta de Jesus. Razão esta uma das quais levou Jesus a declarar que ninguém sabe quando será este advento.

Isto fica evidenciado pelo que aconteceu “trinta anos depois que Cristo pronunciou estas palavras. Paulo afirmou que o evangelho havia sido pregado a todo o mundo (Col. 1: 23; cf. Rom. 1: 8; 10: 18; Col. 1: 5-6), confirmando assim o cumprimento literal desta predição em seus dias. Todavia a declaração de Paulo era verdade somente em um sentido limitado”.

Outro ponto lógico que evidência a direção destas palavras como sendo a povos e não indivíduos, é o fato de que, antes que o evangelho chegue a determinada nação, tantos milhares ali morrem sem conhecê-lo.

Você pode estar se perguntando: “mas isto é justo?”. Sabemos que Deus quer salvar a todos (II Pedro 3:9) esta é a razão pela qual quer levar o evangelho a todo o mundo. Mas, neste processo, muitos morrem antes que a plenitude da verdade bíblica lhe chegue aos ouvidos. Acontece que seremos julgados, individualmente falando, apenas pela luz que tivemos oportunidade de receber (Mateus 16 27, Lucas 12 47 e 48, Eclesiastes 12:13 e 14).

Assim cremos que caso ainda exista algum povo que não tenha conhecido acerca do Senhor Jesus, hoje em dia com a internet, a televisão e tantos outros meios de comunicação, tem feito o trabalho de espalhar a uma velocidade espantosa a informação, levando hoje notícias aos mais remotos cantos do globo, deixando claro que é quase impossível que se ainda exista algum povo que não conhece a mensagem do Reino, isso ocorrerá a qualquer momento.

Dentro de quarenta anos depois da morte de Cristo, a “voz” do Evangelho tinha chegado aos confins do mundo (Rm 10.18). O apóstolo Paulo pregou integralmente o Evangelho “desde Jerusalém e arredores até ao Ilírico” ; e os outros apóstolos não foram ociosos; a perseguição dos santos em Jerusalém ajudou a dispersá-los, de modo que eles foram a todos os lugares, anunciando o Evangelho (At 8.1-4). E quando as notícias do Redentor alcançassem todas as partes do mundo, então o fim da nação judaica ocorreria. Assim, aquilo que eles pensavam evitar, condenando Jesus à morte, foi precisamente o que procuraram.


continua...

[1] Comentário Bíblico Beacon, CPAD, p.162.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Esboço de estudo bíblico Sete passos de vitória. 2º passo: Clamor.

Há uma pequena diferença entre clamor e oração, embora ambas sejam muito semelhantes. Contudo, o clamor se caracteriza pela urgência da causa, onde se torna eminente a sua resolução. Por isso após orar e quando se chega no limite da situação é necessário levantar um clamor em busca de uma solução urgente e pronta.

a)A oração é o primeiro passo, mas sem perseverança la é inútil. Lc 18:1-7
E chega momentos de nossa vida que precisamos de uma resposta urgente, pois a luta e a prova são tão grandes que estamos quase a sucumbir. Então clamamos a Deus e Ele intervêm a nosso favor.

b)Quando devemos clamar a Deus?
>Na angústia (Sl 50:15; 102:2; 4:1; 106:44; 107:13,28
>Quando em uma batalha espiritual Sl 56:9; ISm 7:8
>Quando se está só Sl 72:12
>Precisando de um milagre Mc10:47
>Quando diante da morte. Lc 8:41

c)O clamor regado pelas lágrimas movem a mão de Deus.
Lm 3:56; Sl 5:2, 126:5, 56:9-8, Is 38:1,5, Jr31:16

Quando mais desesperado se está, mais devemos clamar a Deus, o clamor vindo do fundo da alma pode mudar situações extremamente difíceis. Somente um clamo de um coração sincero consegue reverter uma situação impossível. Então, quando estiver diante do fim, clame a Deus, ele pode te livrar do mal.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Capítulo 02. Não chores: O recomeço da história da viúva de Naim.

Lucas 7:11-17

Uma mulher, casada mãe de um filho, segue feliz com sua família, com seu marido que trabalha e ensina seu filho um ofício. Tem casa, comida, e apesar das dificuldades ela não tem do que reclamar, vive com dureza, dificuldade, mas tem ao seu lado seu esposo e seu filho, seu único filho, sendo esse a alegria do lar.

A vida segue difícil em Naim, o jugo da servidão pesa sobre os ombros, os romanos agem de forma arbitrária, cobram impostos pesados, mas, ela segue sua vida, seu marido trabalhador se esforça para dar uma vida melhor não só a ela, como ao pequeno filho.
O menino vai crescendo e junto com o pai vai aprendendo a sua profissão. Ele é pequeno é verdade, mas ajuda muito o seu pai nos afazeres. E como a vida é dura, toda ajuda é bem vinda, por isso, mesmo ainda novo, seu filho já está com o pai trabalhando, ajudando no sustento do lar.
E os anos vão se passando, o menino vai crescendo, o pai envelhecendo e ele, aquele que antes era o menino, se torna agora o grande responsável pelo sustento do lar. Sua força, seu vigor que já falta em seu pai, é o sustentáculo da sobrevivência de todos. Ele que outrora era um menino que ela carregava em seus braços, hoje é carregada por ele, pois dele vêm a força que tem garantido nesses tempos difíceis o alimento dentro do lar.
Passa-se mais alguns anos, a saúde do marido já não é mais a mesma, vai se deteriorando a cada dia. O esforço do trabalho pesado vai consumindo sua força, já não é mais o homem forte de antes, agora trabalha devagar, lento, a passos vagarosos em um serviço que exigia força. A força de seu marido se esvai e o filho é o que provê todo o sustento da casa. Seu marido acaba ficando doente, sua saúde cada vez mais debilitada e frágil. Tenta-se de tudo, mas a dificuldade financeira impede de poder buscar uma ajuda melhor. São oferecidos sacrifícios a Deus, busca-se uma cura desesperadamente. O marido melhora durante algum tempo, pensa-se que o pior já passou, mas um dia a doença volta de forma violenta e em pouco tempo ceifa a vida de seu marido, seu companheiro fiel de longa data. Contudo não está só, ela tem seu filho, e ele agora é tudo o que ela possui, seu filho é sua companhia, seu sustento sua única alegria.
A vida continua difícil, agora sem seu marido, seu filho tem que trabalhar ainda mais, se esforçar ainda mais para buscar a provisão para o lar. Ela, viúva, faz o que pode, ajuda como pode, mas sabe que depende totalmente de seu filho, ainda bem que o tem, pois sem ele não saberia como sobreviver.

Mas os dias se passam, e o resultado do esforço do filho começa a aparecer. Seu corpo apresenta alguns sinais de fraqueza. Ele acha que é só cansaço, mas ela vê algo a mais. Atenta começa a perceber que o filho já não tem a mesma força, a mesma disposição. Pede para que ele diminua o ritmo de trabalho, ele diz que não pode, tem que trabalhar para conseguir o sustento, são dias difíceis e se ele não for, colocarão outro no seu lugar, por isso ele precisa continuar. Até que um dia ele tenta, contudo não consegue se erguer. Suas pernas não o obedecem, seus olhos estão turvos, não consegue se levantar, pois lhe falta força. Sua respiração se torna pesada, difícil, comer se torna um sacrifício. Ela ali, na beira da cama tenta ajudar seu filho. Seus parentes tentam ajudar, mas todos muitos pobres como ela pouco podem fazer. Alguns ajudam com o alimento, um pouco daqui, um pouco dali, mas mesmo assim é insuficiente para suprir as necessidades. O filho piora e ela teme pelo pior, teme por ficar só, sem auxílio, sem sustento, sem ajuda, sem companhia e sem alegria.
Ela sente a vida do filho esvair-se, fica a maior parte do tempo ao seu lado. Dá-lhe o auxílio que ele tanto deu trabalhando para o seu sustento. Um jovem ainda, nem pode realizar o sonho de casar-se. Ela nunca verá seus netos, uma família numerosa e abençoada. Agora ali a beira da cama vê o seu único bem perecer, jazendo numa cama esperando ser recolhido pelo criador. E este ela interpela. “Ó Senhor de Israel, nosso Juiz (Salmos 68:5) socorro nosso em tempo de angústia (Sal 46:1) tu és o meu auxílio, o meu ajudador (Sal 54:4; 146:9) tem misericórdia de tua serva, e livra o meu filho da morte”.

Ali, diante do filho moribundo, ela ouve os últimos batimentos de seu coração. A família sabe que a derradeira hora está chegando e não há nada que se possa fazer. O filho ainda jovem, que era o sustento e alegria daquela mulher agora estava caminhando para a eternidade. Aquela viúva, pobre mulher perderia seu sustento, sua alegria, sua descendência, perderia seu último bem. O nome de seu marido sumiria da terra, pois já não havia remidor para ela, e mesmo que houvesse, ela já é de idade avançada não poderia gerar outro filho. Estava entregue agora a benevolência de seus parentes, teria que até mendigar para conseguir o pão. Sozinha, esquecida, desamparada, atormentada ela se sentia. Agora está ali, com o filho agora morto em seus braços, chorava, não havia mais o que fazer, morreu-se a esperança, acabou a história de sua família. Então restava preparar o féretro, embalsamá-lo, chorar a dor de sua perda, uma perda que não teria como ser suprida. Juntamente com outras mulheres da aldeia ela pranteava, era o fim da alegria e o começo do seu sofrimento. 
Corpo preparado, cortejo fúnebre que se segue para fora da cidade onde enterraria seu filho. Uma grande multidão segue o cortejo muitos que ali caminham a conhecem, conheciam seu marido e o seu filho, sabem que sua sorte agora não será a das melhores, pois estava agora sozinha, quem a ajudaria? Uma pobre mulher, que agora na sua velhice teria que enfrentar a dura realidade de viver só.
Na porta da cidade o caixão é levado e a multidão seguindo atrás, até que levantando os olhos se vê outra multidão que vem adentrando na cidade. A frente um homem caminha ladeado por outros doze. Seus passos são suaves e tranquilos, ela o vê ao longe, sua vista embaçada pela velhice e pelo choro não permite que ela enxergue bem. Duas multidões, uma trazendo a tristeza, a dor, o sofrimento e a outra trazendo a paz, a alegria e a esperança. Duas multidões frente a frente. Uma vinha à frente com a morte a outra vinha à frente com a vida, uma a dor e a outra a alegria, o fim e na outra o novo começo. Ali, uma multidão defronte da outra um homem manda que se pare o cortejo. Mas quem é ele? Porque deu ordem para que parassem a minha dor que caminha para o túmulo. Quem é este homem que vem a frente desta multidão e olha agora para o meu filho morto, deixe-me ir em frente e morrer junto com meu filho, deixe que eu enterre a minha esperança o meu sustento a minha alegria, deixe-me morrer!

Mas aquele homem olha para aquele jovem desconhecido com olhar de ternura, pode-se ver seus olhos embaçados pelas lágrimas, elas não descem, ele observa. Então ele me olha. Quanta compaixão, quando ternura, sem dizer nenhuma palavra eu sinto que ele sente a minha dor, que ele sabe e entende o meu sofrimento. Ele me olha e eu sinto em um pequeno momento uma paz, uma tranquilidade. Quem é este homem que está ali, diante de uma multidão olhando para mim com olhar de amor?
Meus olhos embaçados pelas lágrimas que correm pelo meu rosto podem o ver, amparada estou, seguro em braços que me sustentam e ele me olha, nenhuma palavra sai de sua boca. Ele me olha e sinto paz, e ele me diz – Não chores. (Lucas 7:13) Pode parecer loucura dizer para uma mãe que acabou de perder seu filho, seu sustento, sua alegria, seu bem maior que não chore. Pode parecer estranho alguém olhar para você e dizer não chore pela morte de seu filho, mas, eu paro de chorar, porque ele disse para mim não chores. Não com uma palavra vazia sem sentido, eu sinto algo que vem dele que não posso explicar. Não choro, limpo meus olhos, posso então ver melhor. Um homem simples, que não tem pompa, nem apresenta grande glória, nem riqueza, nem status ou poder desta terra, mais ele tem paz, ele tem o olhar que entra no meu ser e muda meu espírito.

Ali parado duas multidões, uma defronte a outra, a dor e a alegria, o choro e o cântico. Diante uma da outra estão, cada um trazendo a sua frente um personagem, que ali lado a lado (ele toca o caixão) ele diz. – “Jovem, a ti te digo: Levanta-te”. (Lucas 7:14)
Minha alegria estava morta, meu sustento havia se ido, esperaria com dor os meus últimos dias, viveria na amargura de espírito o resto da minha vida, lutaria pelo sustento, choraria pela ausência e solidão, mas, ele parou diante de mim e disse, não chores. O que aconteceu? Pode perguntar a você. Eu não sei, nunca entendi como ele pôde isso fazer, mas o que sei é que hoje tenho alegria, tenho sustento, tenho família, meu filho está ao redor de minha mesa, e com ele seus filhos e com sua esposa me assento também. Comemos, damos graças, nos alimentamos e sorrimos meus últimos dias não são de tristeza, sorrio novamente, vivo novamente, isso porque ele um dia parou diante de mim e disse, não chores. O nome dele, Jesus, meu salvador, graças a ele hoje sou feliz, graças a Ele hoje eu não choro mais.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Capítulo 01. A experiência da dor: A mulher Sunamita.

Texto: II Rs 4-8 a 37

Muito já se foi falado e pregado sobre a mulher sunamita. Há canções, ilustrações e tantas outras formas de contar essa história fascinante. Uma mulher, de coração nobre, que se move dentro de si em ajudar o homem de Deus. Constrói um quartinho para que ele pudesse repousar em sua passagem pela cidade, mobília o quarto para ele e oferece sem custo algum. 

Contudo, não quero tratar aqui sobre esse sentimento em querer ajudar ou tampouco sobre seu casamento com um homem de idade avançada, da falta de um herdeiro e da promessa de Eliseu do nascimento de um filho, não quero falar sobre isso. Como eu já destaquei acima, muito já se foi falado, pregado, cantado sobre isso e creio ser do conhecimento de muitos a história. O que eu quero tratar nessas linhas é sobre a sua experiência da perda, da morte de seu filho.
Uma mulher que obtêm algo que talvez nem mais achasse ser possível acontecer que era o nascimento de um filho. Isto porque o que entendemos na bíblia, é que seu marido já era de idade avançada e pressupomos que ela fosse ainda uma jovem mulher. Seu marido era rico,  evidenciado pela posse de terras e servos, e talvez isso explique o porque do casamento de um homem de idade avançada, mas rico, com uma jovem. Não que ela tivesse interesse nisso, mas possivelmente foi um casamento arranjado pelos seus pais, como era o costume antigo.

Mas, embora fosse casada com um homem de idade já avançada, provavelmente dentro si havia um desejo de gerar um filho, de poder ter em seus braços um fruto seu, o que seria considerado uma benção, pois os filhos eram vistos como sinal de benção de Deus. Havia nela um desejo grandioso, assim como todas as mulheres da época de ter seu filho, contudo, esse desejo se desvanecia devido a condição de seu marido, a idade avançada. 

Mas tudo que fizermos para o Senhor ou para um dos seus, sempre terá uma recompensa. A palavra de Deus nos declara em Mateus 10:42 "E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa"
Com isso, aquela mulher ao ajudar o homem de Deus, estava garantindo ali a sua vitória tão almejada, mesmo que ela o tenha ajudado sem esse objetivo. Mas quando fazemos algo para Deus de coração, o próprio Senhor se sente na obrigação de recompensar, isso porque ele é galardoador dos que o buscam, Hebreus 11:06.

Nos conta a palavra de Deus, que depois da criança ter nascido e já ter uma certa idade, ela, a criança, um dia estava no campo com o seu pai, quando lhe ocorreram fortes dores de cabeça. Imediatamente ela foi enviada à sua mãe que cuidou dela, mas seus esforços foram insuficientes e a criança veio a falecer.
É aqui que reside o ponto central da nossa história, pois uma mulher, que já não tinha mais esperança de ter um filho, recebe a promessa que iria gerar um, nasce a criança, cresce, e um dia fatídico essa criança veio a falecer. Duas coisas importantes nesse fato: A primeira era a morte prematura do seu filho, que ainda criança veio a falecer. Uma mãe que agora enfrentaria a dor de ter que enterrar seu filho, seu único filho, e só quem teve a experiência de perder um filho, ou ter um parente próximo que perdeu um filho é que sabe a dor angustiante que é uma mãe ter que enterrar seu próprio filho. Segunda coisa importante, era que com a morte do filho, morreu também a esperança de ter um herdeiro, pois o seu filho que agora estava morto já havia sido gerado na velhice de seu marido, obra de um milagre de Deus, e o seu milagre agora jazia morte na cama. 
Mas o mais surpreendente ainda está por vir. Diante da morte do menino a mãe ocultou isso de seu marido, de seus empregados, colocou o menino no quarto do homem de Deus e se aprontou para ir de encontro ao profeta.
Repare que mesmo com o coração dilacerado pela morte do filho, mesmo sabendo que talvez nunca mais ela teria outro filho, ela simplesmente não fica em casa prostrada, e ela teria todo direito a isso, visto que tinha acabado de perder o seu filho. Ela poderia ter se lamentado, chorado, ir falar com o marido para preparar o enterro, mas ela simplesmente se apronta, pede ao marido uma montaria e vai de encontro ao homem de Deus.

É natural que nós ao enfrentarmos uma situação difícil a primeira coisa que nos ocorre é nos prostrar, parar diante da situação difícil. É normal do ser humano ao se deparar com uma situação dolorosa parar, desistir, e em alguns casos até mesmo voltar atrás. Pois a dor é tão grande o sofrimento tão angustiante, que nos falta forças para nos levantarmos e seguirmos em frente.
Quando se perder alguém importante, um familiar ou uma pessoa próxima, é natural ter o período de luto, onde a pessoa se fecha, sente e sofre a dor. Mas aquela mulher não poderia ficar prostrada, seu filho estava morto e era necessário fazer alguma coisa. E se tinha uma coisa a ser feita, era falar com o homem de Deus, pois se ele havia prometido a criança, e a criança nascera, ele poderia também quem sabe fazer a criança tornar a vida.

O homem de Deus aqui simboliza o próprio Deus, ele é a representação de Deus na terra. Quando estamos diante da dor, do sofrimento o que devemos fazer é ir à Deus. Antes de irmos à alguém, devemos buscar a Deus, Ele e somente Ele poderá entender a nossa dor, somente Ele pode dar o refrigério para o sofrimento da alma. E foi isso que a mulher sunamita foi fazer. Ela foi até o homem de Deus lançar sua mágoa, seu sofrimento, foi até diante do profeta chorar aos seus pés, e não há uma lágrima vertida diante dos pés de Deus que não seja colhida por ele!

Ali diante do homem de Deus ela lançou seu sofrimento, sua dor, sua angústia, ela foi até o homem de Deus desabafar, ela conteve o seu choro quando viu o filho nos próprios braços morrer, ela havia ocultado a sua dor diante de seu marido e diante de todos, ela estava guardando dentro de si uma dor tão grande que ao chegar diante do profeta ela se lança aos pés e chora. Uma mulher que já havia aceitado viver sem um filho, já estava resignada a aceitar uma vida sem uma criança dentro do lar, recebe uma promessa do homem de Deus, que havia lhe dito ela teria uma criança, o que de fato aconteceu, mas ele não havia mencionado que a criança morreria. Qual a dor maior, não ter tido um filho, ou ter tido um filho e vê-lo morrer?

Então ali ela foi lançar sua mágoa, sua angústia, de que como seria melhor não ter tido filho, pois assim ela nunca conheceria a dor de tê-lo e depois perde-lo. "Chegando ela ao monte, à presença do homem de Deus, apegou-se-lhe aos pés. Chegou-se Geazi para a retirar, porém, o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo encobriu, e não mo manifestou.
Então disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes?" 2 Reis 4:27-28

Uma mulher em amargura, uma alma machucada e um coração ferido, ali agarrada aos pés do homem de Deus ela chora, e lançou sobre ele a culpa da perda do filho. Mas nenhuma promessa de Deus, mesmo que tenha morrido, permanece sem se cumprir. "Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os seus renovos. Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o seu tronco no pó, contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará ramos como uma planta nova". Jó 14:7-9
Ela não havia pedido um filho, estava feliz em poder ajudar o homem de Deus, e essa ajuda fora oferecida sem querer nada em troca. Mas Deus nunca despede de mãos vazias aquele que de coração o serve. A promessa tinha sido feita, tinha sido cumprida, e Ele não a deixaria morrer. Duas coisas a mulher fez corretamente, a primeira foi ajudar o homem de Deus, e a segunda, foi busca-lo quando o problema apareceu. Nada e ninguém poderia ajuda-la naquele momento a não ser aquele quem tinha feito a promessa, nada e ninguém poderia entender a dor da sua alma pela morte de seu filho.
Ela estava machucada, ela sofria por dentro, mas mesmo assim ela se levantou e foi ao homem de Deus. A sua dor, o seu sofrimento não pode te incapacitar de buscar a Deus, pois somente Ele pode solucionar o seu problema, somente Ele pode dar cabo ao seu sofrimento. A mulher sunamita agiu dessa forma, que possa agir em parte como ela também, que nos levantemos, que nos ergamos da nossa dor e sofrimento e sigamos em busca de Deus. E quando durante o caminho alguém perguntar que possamos dizer: vai tudo bem! Isso porque fiel é aquele que fez a promessa.Hebreus 10:23

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Caverna: De refúgio a solidão. Parte 01

Gostaria de compartilhar com vocês uma mensagem ministrada no dia 27 de Outubro na A.D.Araticum em um culto de juventude. A mensagem tinha por título A caverna, e tem como referência o texto de I SM 22:1-3.

"Então Davi se retirou dali, e escapou para a caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai, e desceram ali para ter com ele.
E ajuntou-se a ele todo o homem que se achava em aperto, e todo o homem endividado, e todo o homem de espírito desgostoso, e ele se fez capitão deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.
E foi Davi dali a Mizpá dos moabitas, e disse ao rei dos moabitas: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que saiba o que Deus há de fazer de mim". 1 Samuel 22:1-3
Depois de uma perseguição ferrenha de Saul, que procurava tirar a sua vida por inveja e ciúmes Davi se esconde na caverna de Adulão, fugindo da fúria destruidora do Rei. Sabendo alguns homens que Davi estava escondido ali fora até lá afim de se reunirem a Davi e forma seu pequeno exército. Dentre os homens estavam seus familiares, que já não tinham segurança, pois Saul os poderia matar ou aprisioná-los, e alguns homens que a bíblia classifica como, homens que se achavam em aperto, endividado e todo homem de espírito desgostoso.
Ora vejamos, que exército era esse. Com certeza nenhum general ficaria muito feliz em ter sob seu comando homens que estava ali simplesmente porque já não tinha perspectiva de vida. Homens que estavam fugindo das dívidas, de serem levados como serviçais, isto porque em Levítico 25:39-43 aquele que empobrecesse e não tivesse como pagar a sua dívida com alguém, deveria servi-lo até o ano da remissão, ou seja, durante seis anos deveria servi-lo. Além disso havia também homens que se encontravam com o espírito desgostoso. 

Podemos supor entre esses homens várias situações. Homens que talvez haviam perdido a família, a morte de uma esposa, dos filhos, ou até mesmo um abandono. Homens que já não tinha mais o porque viver, e entre morrer com Davi em uma luta que poderia levar ao trono ou viver na forma que estavam vivendo, escolheram se juntar a Davi, isto porque se fossem vitoriosos, fariam parte do exército do Rei.
Homens desprezados pela sociedade, homens que a única esperança era a vida de guerra, de se juntar a um fugitivo do Rei e ajuda-lo, quem sabe, a torná-lo Rei.
Todos esses homens que estavam nessa situação foram até a caverna e ali encontraram um propósito para suas vidas. Vidas essas que já não tinham mais o porque viver, mas encontraram ali naquela caverna uma chance de mudar a sua história.
A caverna é muitas vezes associada a lugar de solidão, de angústia, de fim da linha, mas para esses homens desprezados, homens abandonados pela sorte, enfrentando todo tipo de problema, foi na caverna que eles encontraram uma chance de mudar.
Nem sempre quando estamos na caverna quer dizer o fim da linha, nem sempre a caverna é sinal de derrota, as vezes quando já não temos para onde ir, Deus nos levar à caverna, e é lá na caverna que nossa história muda, a caverna é o lugar para os desesperados, a caverna é o lugar para os angustiados, mas é na caverna que Deus começa a mudar a nossa história. Só desce a caverna quem vê que não é nada, só desce a caverna quem reconhece que chegou o fim da linha, e agora só Deus pode dar continuidade a sua história. Enquanto o homem se acha alguma coisa ele foge da caverna, mas quando ele reconhece que não é nada e desce a caverna em procura de algo que possa mudar a sua vida, é aí que Deus começa a escrever uma nova história. E o ponto de partida dessa nova história começa onde o homem pôs um ponto final, o início de uma nova história começa as vezes dentro de uma caverna.
Por isso a segunda coisa é que a caverna pode ser um lugar de refúgio. Isto encontramos em I RS 19:9 onde lemos.

Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais.
1 Reis 19:4
Depois de ter operado um milagre tão grandioso, Elias foi ao deserto afim de encontrar na morte a solução dos seus tormentos. Ficamos a imaginar, como um homem que orou e fez fogo do céu cair, e depois do povo ter matado os profetas de Baal e saírem glorificando dizendo que "Só o Senhor é Deus", como pode um homem depois de tal experiência desejar a morte devido a promessa de morte por parte de uma mulher?
Não posso afirma que Deus tenha permitido tal coisa para quebrantar o espírito de Elias, isto porque é fácil sermos tomados de um sentimento de grandeza depois de realizar um grande feito, é fácil nos sentirmos poderosos quando Deus através de nós realiza um grande milagre, contudo foi justamente depois de um grande milagre que Elias se sentiu o mais fraco dos homens.
Foi ali debaixo daquele pé de zimbro que Elias orou pedindo a sua morte. Sim um grande profeta também teve seus momentos de desespero, um grande profeta que realizou um milagre tão grandioso também teve seus momentos de depressão, de angústia chegando achar que a única solução para o seu problema era a morte!
Interessante é observar que Elias naquele momento de angústia extrema se recolhe a uma caverna no monte 
Horebe, é pra lá que depois de ser fortalecido pela comida divina que Elias caminha.
Elias não foi ao templo, Elias não foi a sua casa, mas Elias foi para a caverna.
Podemos destacar que a caverna também pode ser um lugar de refúgio, um lugar onde nos encontramos quando estamos com problema, é lá na caverna que ficamos prostrados, esperando vir do Senhor algo que possa nos tirar de lá.
Enquanto muitos quando estão e situação difícil tenta de todas as formas resolver o seus problemas, as vezes tudo que temos que fazer é correr para a caverna e esperar Deus falar conosco o que devemos fazer.
E foi justamente isso que aconteceu, foi quando estava na caverna que Elias foi chamado por Deus.
E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do SENHOR veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui Elias
1 Reis 19:9
Foi na caverna que Deus falou com Elias, foi na caverna que Elias encontrou o descanso da sua tribulação, a caverna pode ser sim um lugar de refúgio, um lugar onde você não foge dos seus problemas, mas é lá que Deus o ajuda a resolve-los. A caverna pode ser um lugar onde você vai enquanto está triste, cabisbaixo, arrasado, angustiado, e tantas outras coisas mais, mas também é na caverna onde você na reconhece sua condição de homem, pequeno e falho e aí sim encontra com Deus.
Somente quando reconhecemos que não somos nada, que de nós mesmos não podemos resolver os problemas é que Deus entra em ação e resolve a nossa questão. Caverna, lugar de reconhecimento da condição humana, de falhos, de pecadores, mas acima de tudo, caverna lugar onde Deus se manisfesta e fala conosco.

continua...

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