Translate

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Livro: Jesus está na casa. Primeiro Capítulo (prévia)

 

Capítulo 01. Jesus na casa de Pedro Mt 8.14-17; Mc 1.29-31; Lc 4.38-41.

Jesus conheceu Pedro nas margens do mar da Galiléia, na cidade de Cafarnaum Mc 1.14 a 20; Mt 4.18-22; Lc 5.1 a 11, cidade distante apenas 9 quilômetros de Betsaida, cidade natal de Pedro Jo 1.44. Cafarnaum era uma importante cidade pesqueira, é provável que a mudança de Pedro para lá se deu por razões econômicas, sendo Cafarnaum mais propícia para o desenvolvimento de seu ofício. O fato é que Pedro morava em Cafarnaum, tinha seu negócio nesta cidade e nela estava estabelecido com sua família. Ali está boa parte de sua história, e quando ele tem um encontro com o Mestre, ele decide ouvir o chamado do Nazareno. Contudo, seguir a Jesus, não o liberava das responsabilidades familiares, ninguém a pretexto de seguir a Jesus pode descuidar da sua família I Tm 3.1-5

Os evangelhos apresentam esse encontro com Jesus de maneiras distintas, resumidamente vejamos.

Os evangelhos de Marcos e Mateus apresentam um relato similar e sendo o mais provável na ordem de acontecimentos. Pois após a chamada dos primeiros discípulos, Jesus entra na cidade de Cafarnaum, e como era dia de sábado, Ele vai para a sinagoga, seguindo um costume judeu da época. 

É nesta sinagoga que os discípulos podem observar a autoridade de Jesus sobre os espíritos imundos, e todos ficam admirados como Jesus ordenava e os espíritos imundos obedeciam Mc 1.23-27. Chegam a perguntar que nova forma (doutrina) é essa de expulsar demônios, pois devemos entender que o ritual de exorcismo judaico consistia em invocar nome de anjos, como Rafael, Miguel, ou o nome de grandes vultos, como Abraão, Isaque, Jacó, etc., além do nome do Deus Altíssimo. Havia também a invocação do nome do próprio Satanás em algumas práticas exorcistas judaicas. Usando o nome de Asmodeus, quando se tratava de expulsar demônios de pouca força, como se através do poder do chefe dos demônios se pudesse convencê-los a obedecerem aos exorcistas. Essas fórmulas de expulsão de demônios eram atribuídas ao poder de Deus se porventura obtivesse êxito, embora nomes diabólicos fossem usados no fraseado real do exorcismo. Um dos exemplos desse tipo de exorcismo temos na seguinte transcrição: 

“Pela autoridade do glorioso e temível nome, eu te conjuro, Asmodeus, rei dos demônios, e todo o seu séquito... que não façais dano, nem imponhais temor, nem perturbeis a fulano, filho de sicrano; mas antes, que o ajudeis e sustenteis (ou o livreis) de toda angústia e perturbação, bem como de toda a maldade e enfermidade que entram nos duzentos e quarenta e oito membros...”

Por isso, não é de se estranhar que acusassem Jesus de expulsar demônios pelo príncipe dos demônios, pois em algumas situações eram utilizado esse artifício para a expulsão de espíritos malignos. Mas Jesus expulsa os demônios sem invocar nenhuma outra autoridade superior, nenhum anjo ou patriarca, Ele simplesmente manda que os espíritos malignos saiam e eles saem, sem a necessidade de nenhuma fórmula mágica, nem encantamento, nem imprecação de maldição ou invocação de uma autoridade, o Senhor Jesus era a autoridade suprema, por isso Ele tinha autoridade para expulsar demônios.

O que surpreende esses homens então não é os espíritos malignos serem expulsos, mas a forma que o eram. É após esse episódio na sinagoga, que imediatamente Jesus vai com seus discípulos a casa de Simão Pedro, possivelmente o foram para fazer a refeição do dia.

Já ouvi algumas pessoas dizendo que Jesus teria posses e o fato de ele ter se mudado de Nazaré para a cidade de Cafarnaum, sendo nesta cidade a base do seu ministério, é uma demonstração dessa riqueza. Por ser uma cidade marítima a beira do lago de Genezaré, um dos nomes para o mar da Galileia, justificam que Jesus tinha casa à beira do “mar”, demonstrando ele ter uma alta condição financeira, o que seria também justificado pela sua túnica sem costura que fora sorteada pelos soldados por ocasião da sua morte, uma vestimenta exclusiva de quem possuía riquezas na época. Mas isso não passa de uma avaliação totalmente descabida. Primeiro porque ser pescador naquela época não era sinônimo de prosperidade financeira, nem estavam dentro da camada de homens ricos da sociedade. A cidade de Cafarnaum era uma cidade pesqueira, sendo ali a sua maior atividade econômica. É provável que esta casa de Pedro, foi a casa onde Jesus descansava de suas viagens, e é bem provável que Jesus não tinha uma casa sua, mas ficava hospedado na casa de seus discípulos. Ou no máximo, quando sua família se mudou de Nazaré, tenha fixado residência em Cafarnaum, mas de forma alguma devemos pensar que a família de Jesus era abastada. Embora alguns defendam que o fato de José ser carpinteiro, era muito mais do que trabalhar com madeira, mas ele seria um construtor e devido a essa profissão teria recursos, o que não encontra respaldo nos evangelhos.

Dois frades franciscanos, Estanislau Loffreda e Vergílio Corbo, que também eram arqueólogos, removeram cuidadosamente o entulho de vinte séculos, em Cafarnaum. Com as descobertas arqueológicas naquele sítio, eles conseguiram calcular que Cafarnaum, nos dias de Jesus, contava com cerca de mil habitantes, divididos em famílias, abrigadas em residências modestas. Muitas dessas residências era passada de geração após geração, tendo em sua maioria as casas apenas um único aposento. Não é de estranhar pois, que os evangelhos nos digam que a sogra de Pedro e o irmão deste, André, viviam com ele e sua esposa, na mesma residência. A pobreza forçava esse tipo de arranjo.

As casas no tempo de Jesus eram bem diferentes da dos séculos posteriores. Não havia as divisões modernas de quarto, sala, cozinha e banheiro, isto era para casa de pessoas extremamente ricas e nem todas tinham essas atuais divisões. A casa de Pedro, onde sua sogra estava, era uma casa de um homem simples, igual a diversas outras casas do povo pobre da Galiléia. 

Jesus estava inserido entre os pobres e para eles pregava, pois Ele mesmo manda avisar a João Batista, “que aos pobres é anunciado o evangelho” Mt 6.05. Jesus embora fosse o próprio Deus, Ele nunca usurpou ser igual a Deus, mas antes fora o mais humilde dos homens Fp 2.5-8. Na sua simplicidade, Jesus vai a uma casa modesta de um homem modesto, um simples pescador. 

Quando Jesus foi a casa de Maria e Marta, esta última reclama com Jesus de Maria, por ela não a ajudar a servir. É bem provável Marta contar com alguns empregados, pois veremos em outra ocasião que a família de Marta, ao contrário da de Pedro, possuíam algumas posses, sendo plausível ela ter empregados a disposição. Mas aqui na casa de Pedro não era o caso, ele sendo pobre de uma família pobre, não dispunha de empregados para ajudar a sua esposa. Embora possamos imaginar que a comitiva era pequena (Jesus ainda não tinha os doze apóstolos), mesmo assim, em uma casa pequena e com convidados, a mulher teria trabalho em preparar uma refeição para aqueles homens. 

Isto porque o evento na sinagoga acabava perto da hora do que chamamos de almoço hoje, então receber Jesus em casa junto com alguns discípulos (André, João, Natanael, Tiago, Filipe, além do próprio Pedro) seria um evento que demandaria muito trabalho. Além de preparar uma refeição para esses homens, aquela mulher não podia descuidar de sua mãe enferma, era um olho na cozinha e outro na cama, imagina quanto trabalho para uma mulher só fazer! E isso só uma mulher é capaz de fazer, pois o homem parece não conseguir realizar múltiplas tarefas, o que uma mulher consegue fazer com destreza, por isso em Provérbios 31 podemos observar que a mulher virtuosa consegue desempenhar tantos papéis e ser louvada por isso. 

Mas de fato, este parece não ser um bom momento para receber Jesus. Contudo, nas horas mais inoportunas, nos locais mais improváveis, é que Jesus parece ser especialista em agir, para Ele não há hora ruim, todo o momento é um momento propício para Ele chegar, basta abrirmos as portas para Ele entrar, independente da situação em que estejamos.

Esse é um dos problemas mais comuns (de)das pessoas que querem receber Jesus em sua vida, elas querem primeiro dar um jeito em sua casa para poder então receber Jesus. Pessoas que até querem ter Jesus em seus lares, mas primeiro querem que essa chegada seja em um ambiente ideal, para que Jesus possa se sentir bem (e) confortável. Em geral nós não somos assim? Quantas vezes agimos exatamente dessa forma, pois para recebermos alguém que estimamos, arrumamos a casa, preparamos algo especial para refeição e queremos que a visita se sinta confortável e bem satisfeita. Muitos querem fazer assim na sua vida também, pois querem receber Jesus somente quando tudo em sua casa estiver em ordem.

Vou ser mais claro e objetivo para que você consiga entender meu ponto de vista, tenho certeza de que muitos leitores destas páginas irão entender o que escrevo. Não é nada inédito essa ideia, na verdade é bem simples e verás que expressa bem o que quero dizer.

Vamos dizer que você ainda não tenha Jesus em sua vida, não o recebeu em sua casa, não o aceitou como seu Senhor e Salvador. Talvez um dos motivos seja que você não se sente pronto para receber Jesus, em sua vida ainda há áreas que você primeiro quer arrumar. Talvez seja um vício que esteja tentando largar, ou uma prática nociva que você sabe que deve ser deixada. Um adultério que deve ser largado, amizades que devem ser deixadas, ou um ganho ilícito que você não quer deixar nesse momento, tudo isso pode ser impedimento para receber Jesus, pois você acredita que enquanto não resolver essas pendências não pode se tornar um cristão, ou seja, um seguidor de Cristo. Sabe que Ele está a porta e bate, mas não deixa ele entrar porque sua vida está uma bagunça.

Preste atenção no que vou lhe dizer, Jesus não se restringe a morar onde a casa esteja pronta e arrumada, Ele se muda para aquela que está em obras, até mesmo quebrada precisando de reformas, de limpeza ou até uma demolição para reconstrução I Jo 3.8.

Não espere que sua casa esteja pronta e adequada para receber Jesus, pois qual casa estaria pronta para receber o Rei da Glória?

Jesus sempre está disposto a ir em nossa casa, por menor que ela possa ser, ou por mais que esteja bagunçada. Ele não poderá te ajudar a arrumar se não estiver do lado de dentro. E não importa o estado, Ele sempre está disposto a nos ajudar a pôr as coisas em ordem, pois somente com o Espírito Santo habitando em nós e que somos transformados de glória em glória a semelhança de Cristo II Co 3.18 Esperar ter a vida ideal para receber a Jesus é um dos maiores erros que podemos cometer, pois sem Jesus, nós nada podemos fazer Jo 15.5, além do que: “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” II Co 5.17. ou seja, a nova criação surge quando a pessoa está em comunhão com Cristo, não antes de recebê-lo.

Talvez não fosse o melhor momento para receber a Jesus em sua casa, na verdade creio que nas maiores dificuldades é quando devemos ter Jesus em casa. Naquele momento a mulher de Pedro estava sobrecarregada, pois sua mãe estava doente, provavelmente somente ela em casa para preparar uma recepção para cerca de no mínimo cinco homens. E Jesus como é perfeito, sabia que não podia ter um Pedro do seu lado com sua casa precisando dele, era necessário dar a Pedro a tranquilidade de seguir o mestre. Não poderia Jesus pedir a Pedro que o seguisse e deixasse sua sogra doente em casa. Antes de seguir a Jesus, Pedro deveria cuidar da família, por isso a melhor coisa naquele momento de dificuldade era ter Jesus em sua casa!

Quão valiosa lição podemos extrair dessa situação, não podemos a pretexto de seguir a Cristo deixar nosso lar em segundo plano. Jesus sempre estará acima de todas as coisas, mas fazer a sua obra, nunca exigirá que descuidemos de nossa família.

Há muitos que seguem a Jesus, ou dizem segui-lo, mas descuidam-se da sua família, seja homem ou mulher, a família é o seu primeiro ministério, nenhum sucesso ministerial eclesiástico, financeiro ou pessoal, justifica o descuido familiar. 

Pedro antes de seguir a Jesus, não o poderia fazer sem antes deixar a sua casa em ordem, e isso incluiria o bem-estar de sua família. 

(continua)...

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Posso ser santo mesmo sendo pecador?

Na minha procura por algum artigo acadêmico que pudesse me ajudar a entender a Bíblia sagrada e algumas de suas passagens mais difíceis, me deparei com o texto de Josias Silva intitulado: "AOS CORÍNTIOS: LIÇÕES À IGREJA CONTEMPORÂNEA".
No subtítulo Chamados á santidade, o autor escreve:

"Paulo ao dizer essas palavras aos coríntios, está fazendo menção da “doutrina da santificação”. A doutrina da santificação está dentro, teologicamente falando, do que conhecemos como ‘a obra de Cristo’ na segunda parte do processo da redenção. Ou seja, quando o pecador se encontra com Jesus, Deus, por um ato de soberana vontade, nos justifica (Jesus é “justo e justificador” cf. Rm 3.26) de toda culpa. Assim, uma vez justificados em Cristo, em seguida somos livres do domínio do pecado (cf. Rm 6.12-14), que nada mais é do que a santificação. Mas a santificação não é um ato acabado, e sim um processo de santificação diário que durará até o estado de glorificação, isto é, quando formos arrebatados e estivermos com Cristo (grifo meu). A santificação pressupõe que houve a justificação, mas ela não inclui a ausência do pecado; a ausência do pecado é só no estado de glorificação, na justificação Deus não tira o pecado de nós, mas quando ele nos justifica, ele quebra o domínio do pecado em nós. Numa palavra estamos todos na segunda fase, em um processamento de santificação.

A santificação como processo.

Segundo Moody, a santificação bíblica é quadrúplica. Vamos aos seus quatro significados.

a)santificação primária, isto é, a graça eficaz que acontece desde o momento da conversão; o que poderia ser chamado, como vimos, de “justificação”;

b)santificação posicional, uma posição perfeita na santidade, verdadeira para todos os crentes, desde o momento da conversão (cf. At 20.32; 26:18);

c)santidade progressiva, equivalente ao crescimento diário na graça (cf. Jo. 17.17; Ef.5.26; II Co. 7.1);

d)santidade prospectiva, para final semelhança com Cristo posicional e definitiva (cf. ITs. 5.23) “estado de glorificação”.

Quanto ao uso de “santificação” mencionado por Paulo (O autor se refere ao versículo 2 da I carta de Paulo aos Coríntios), refere-se à santificação posicional, os crentes são santos, não porque nunca pecam, mas por operação divina. Todavia, Paulo faz alusão, também, a “chamados santos” no sentido de abster-se do pecado, algo como sagrado (gr.hagios), que significa separados para Deus (cf. Hb10.10,14; 2Pe 1.3; Jd 1); isto é a santidade progressiva (grifo meu). Assim, o alvo de Paulo era chamar a atenção para uma vida prática de inconformidade com o mundo (Rm 2.1s) e santidade diante de Deus, dado à vida devassa e individualista que estavam vivendo (grifo meu)."

Então, neste pequeno recorte de texto, nós podemos observar que a igreja de Corinto era uma igreja que sofria e muito com ás práticas pagãs, incluindo dentre elas a porneia.
Este texto é muito propício para nós, igreja contemporânea, pois vivemos dias de relativização da santidade exigida do evangelho, onde uma pessoa é considerada nova criatura sem abrir mão das antigas práticas pecaminosas.
O que se observa neste pequeno texto, é que somos santos pois fomos justificados, mas contudo, a nossa santidade é um processo contínuo, onde fomos santificados pelo sangue de Jesue quando por Ele fomos justificados. Contudo, esse processo não se encerra aí, passamos assim, para o segundo estágio de santificação, como proposto por Moody. Essa santificação significa romper com as amarras do pecado, deixar de viver segundo os costumes mundanos e vivermos uma vida de inconformidade com os padrões deste século.
Por isso, somos santificados quanto a sermos justificados pelo sacrifício de Cristo, algo que independe de nós, foi um favor imerecido e gratuito. Mas, somos chamados a santificação, que é a negação das vontades carnais que militam contra as vontades espirituais, que são impulsionadas pelo Espírito Santo que habita em nós.

Então, mesmo pecadores, ou seja, ainda vivendo neste corpo pecaminoso sujeito a falhas, somos santificados, pelo Espírito de Jesus que em nós habita. E gradativamente nos leva a santificação, através da ajuda desse mesmo Espírito para que consigamos sujeitar a carne com suas vontades. O que não é possível, é sermos santos e vivermos na prática do pecado, achando que o processo de santificação ocorreu na justificação (quando aceitamos a Cristo) e para isso e somente isso basta para sermos salvos. Somos sim, salvos pela graça, mas aqueles que são discípulos do mestre, andam como Ele andou, ouvem suas palavras e as obedecem, nisto podemos ver os frutos de estarmos de fato ligados na videira, pois nossas ações serão condizentes com as ações daquele que nos chamou das trevas para o reino do seu amor. 

Então, todo aquele que vive em santificação, deixa as práticas pecaminosas, pois entende que agora ele foi liberto das garras do pecado e pode viver em novidade de vida. Essas novidade de vida é justamente viver diferente do modo de vida anterior, não sendo compatível com a nova vida em Cristo viver nas mesmas práticas que Cristo abomina. Se de fato tivermos um encontro com o Senhor Jesus e o seu Espírito passa a habitar em nós, logo sentiremos a premente necessidade de deixarmos a antiga vida de pecados e vivermos uma nova vida em santificação. A questão é que esse processo não é instantâneo e não ocorre sem haja um deliberado esforço e auxílio da parte do Senhor Jesus.  Contudo ele não é impossível, e todos nós somos chamados a viver em santificação, pois como diz a Escritura, "Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;. Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo" I Pe 1.15-16

O autor Josias Silva é Graduado em Teologia (Livre) pelo Centro Educacional e Teológico [IETEB] e em História pela Universidade Nove de Julho [UNINOVE]. Discente em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo [UNIFESP]. É doutorando em História e Cultura das Religiões pela Universidade de Lisboa/Portugal [FLUL] — Mestre em Ciência da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo [PUC-SP] e membro do Grupo de Estudos do Protestantismo e Pentecostalismo [GEPP] pela mesma Universidade.

sábado, 1 de julho de 2023

O Brasil é democrático?

 NÃO, O BRASIL NÃO É MAIS UM PAÍS DEMOCRÁTICO com o Estado de Direito, hoje vivemos um período de exceção promovido pelo poder judiciário. Vejamos quais são os pilares da democracia.

Os pilares da democracia são princípios e elementos fundamentais que sustentam esse sistema político. Embora possa haver variações na forma como os pilares são conceituados, geralmente eles incluem:

1. Estado de Direito: A democracia se baseia na ideia de que todas as pessoas, incluindo líderes e governantes, estão sujeitas às leis e instituições do país. Isso implica que ninguém está acima da lei, garantindo assim a igualdade perante a lei. Coisa que em nosso país já não existe, embora a constituição defina que seja assim, há quebras sistemáticas de direitos e garantias fundamentais por parte do judiciário.

2. Participação popular: A democracia incentiva a participação dos cidadãos no processo político, permitindo que eles expressem suas opiniões, escolham seus representantes por meio de eleições livres e justas, e tenham a oportunidade de influenciar as políticas governamentais. Como o sistema eleitoral não é transparente em sua apuração, não há nenhuma garantia de que os votos dos cidadãos sejam de fato computados para seus representantes, hoje no Brasil não há como recontar os votos e nem como apurar de forma clara e transparente a contagem de votos. Mas questionar esse processo é hoje visto como ataque a democracia.

3. Liberdade de expressão e imprensa: A democracia protege o direito das pessoas de expressarem suas opiniões livremente, seja por meio do discurso, da imprensa, da associação ou da manifestação pacífica. A diversidade de opiniões é valorizada como um componente essencial para um debate democrático saudável. Já está mais que claro que não existe liberdade de expressão no Brasil, a partir do momento em que uma pessoa é condenada pelas suas palavras, já não há liberdade de expressão.

4. Respeito aos direitos humanos: Os direitos humanos são considerados universais, inalienáveis e indivisíveis na democracia. Isso inclui direitos civis e políticos, como liberdade de expressão, liberdade de religião, igualdade perante a lei e direito a um julgamento justo, bem como direitos econômicos, sociais e culturais, como acesso à educação e saúde. Os direitos humanos são para quem eles definem que merece, em muitos casos o agressor tem os seus direitos garantidos, enquanto a vítima não é assistida pelos mesmos direitos.

5. Sistema de governo representativo: A democracia é geralmente baseada em um sistema de governo representativo, onde os cidadãos elegem representantes para tomar decisões em nome deles. Esses representantes são responsáveis perante o povo e devem prestar contas por suas ações. Nunca a classe política esteve trabalhando em prol de si próprios como agora, o que era visto como um sistema de corrupção (orçamento secreto) que não o era, agora é de fato um meio pelo qual o dinheiro é utilizado de fato secretamente para alguns aliados políticos gastarem como bem entendem.

Agora vejamos, o que é necessário para a implantação de um governo ditatorial.

1. Concentração de poder: Um governo ditatorial geralmente envolve a concentração de poder nas mãos de um único líder ou um pequeno grupo de indivíduos (leia-se judiciário). Isso pode ser alcançado por meio de um golpe de Estado, usurpação da autoridade legalmente constituída ou supressão gradual das instituições democráticas existentes.

2. Restrição das liberdades civis: Regimes ditatoriais tendem a restringir severamente as liberdades civis, incluindo a liberdade de expressão, imprensa, associação e manifestação. Censura, perseguição política e controle da mídia são comuns. Acho que não preciso dizer que isso não ocorre no Brasil né.

3. Supressão da oposição: Os governos ditatoriais frequentemente reprimem a oposição política, suprimindo partidos políticos, grupos de ativistas e vozes dissidentes. Isso pode incluir prisões arbitrárias, tortura e até mesmo assassinatos. Lembre-se dos deputados que estão sendo cassados, dos que se tornaram inelegíveis sem terem cometido crime.

4. Controle da informação: (Lembra-se da lei das fakes news que quase foi aprovada?) Regimes ditatoriais controlam a informação que é divulgada à população. Isso pode envolver censura da imprensa, propaganda estatal e manipulação da mídia para controlar a narrativa e suprimir informações contrárias ao governo.

5. Ausência de eleições livres e justas: Em um governo ditatorial, as eleições são frequentemente manipuladas para garantir a permanência do líder no poder. Pode haver restrições à formação de partidos de oposição, manipulação dos resultados eleitorais e coerção dos eleitores. 

É importante ressaltar que a implantação de um governo ditatorial é prejudicial à liberdade, aos direitos humanos e ao desenvolvimento de uma sociedade justa e igualitária. A democracia, embora imperfeita, busca garantir a participação popular, a igualdade perante a lei e a proteção dos direitos fundamentais de todos os indivíduos. Então haja visto tudo isso podemos afirmar, O BRASIL HOJE VIVE UM REGIME DITATORIAL.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Posso estar com depressão?

 A depressão é uma condição de saúde mental que pode apresentar diferentes fases e tipos, por isso é importante você conhecer as fases da depressão, que são geralmente descritas da seguinte maneira:

1. Fase inicial ou leve: Nessa fase, uma pessoa pode experimentar sintomas leves de depressão, como tristeza, perda de interesse em atividades antes apreciadas, mudanças de apetite e sono, fadiga e baixa autoestima. Embora os sintomas sejam presentes, eles podem não interferir significativamente nas atividades diárias.

2. Fase moderada: Os sintomas de depressão se agravam e começam a afetar o funcionamento diário da pessoa. Ela pode ter dificuldade em realizar tarefas, enfrentar problemas de concentração e tomar decisões. Os sentimentos de tristeza e desesperança se intensificam, e a pessoa pode se isolar socialmente e perder o interesse em relacionamentos e hobbies.

3. Fase grave: Nessa fase, os sintomas se tornam muito intensos e debilitantes. A pessoa pode ter dificuldade em executar até mesmo as tarefas básicas do dia a dia, como cuidar da higiene pessoal ou sair da cama. Pode haver pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, bem como alterações significativas no apetite e no sono. A depressão grave requer intervenção profissional imediata.

Agora que você sabe as fases da depressão, vamos conhecer como a depressão pode ser classificada em diferentes tipos, incluindo:

1. Depressão maior: É o tipo mais comum de depressão e é caracterizado pela presença de sintomas graves que afetam a capacidade de funcionar normalmente. Os sintomas devem estar presentes na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos duas semanas.

2. Transtorno depressivo persistente (distimia): Nesse tipo de depressão, os sintomas são mais leves, mas persistem por um longo período, geralmente dois anos ou mais. A pessoa pode experimentar episódios de depressão maior intercalados com períodos de sintomas mais brandos.

3. Transtorno afetivo sazonal: Essa forma de depressão está relacionada a mudanças sazonais, ocorrendo principalmente durante os meses de inverno, quando há menos luz solar. Os sintomas podem incluir letargia, aumento do sono, alterações no apetite e humor deprimido.

4. Depressão psicótica: É um tipo de depressão que ocorre junto com sintomas psicóticos, como alucinações ou delírios. A pessoa pode ter crenças falsas (delírios) ou ouvir vozes que não existem (alucinações).

5. Depressão pós-parto: Esse tipo de depressão afeta algumas mulheres após o parto. Os sintomas podem incluir tristeza intensa, desespero, falta de energia, ansiedade e dificuldade em cuidar do bebê.

É importante ressaltar que a depressão é uma condição séria e que o diagnóstico e tratamento adequados devem ser buscados através de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.

sábado, 10 de junho de 2023

As cinco linguagens do amor. Quais são e como identificar quais são a do seu parceiro(a)

    As cinco linguagens do amor são um conceito desenvolvido pelo autor Gary Chapman em seu livro "As Cinco Linguagens do Amor". Elas representam as diferentes maneiras pelas quais as pessoas expressam e recebem amor. São elas:

1. Palavras de afirmação: Essa linguagem envolve o uso de palavras para expressar amor, elogios, apreciação e encorajamento. Pessoas que têm essa linguagem do amor se sentem amadas quando ouvem palavras positivas e encorajadoras.

2. Tempo de qualidade: Para aqueles que valorizam essa linguagem, o tempo de qualidade é crucial. Isso significa dar atenção total e dedicada ao parceiro, compartilhar atividades juntos e criar momentos significativos de conexão.

3. Receber presentes: Algumas pessoas se sentem amadas quando recebem presentes. Não se trata apenas do valor material do presente, mas do gesto e da intenção por trás dele. Pessoas com essa linguagem do amor apreciam o pensamento e o esforço por trás dos presentes.

4. Atos de serviço: Essa linguagem envolve realizar ações que demonstrem amor e cuidado prático. Pessoas que têm essa linguagem do amor se sentem amadas quando seu parceiro faz coisas por elas, como ajudar nas tarefas domésticas, preparar uma refeição ou oferecer assistência de alguma forma.

5. Toque físico: Essa linguagem envolve o uso do toque físico para expressar amor e afeto. Isso pode incluir abraços, beijos, carícias e outras formas de contato físico. Pessoas com essa linguagem do amor se sentem amadas e valorizadas quando são tocadas.

    Para identificar a linguagem do amor do seu parceiro, você pode prestar atenção nas maneiras pelas quais ele(a) expressa amor e nas coisas que parecem mais importantes para ele(a). Observe como ele(a) expressa amor em relação a você e aos outros. Além disso, você pode considerar como ele(a) reage quando você expressa amor de diferentes maneiras, como usando palavras de afirmação, oferecendo tempo de qualidade, dando presentes, realizando atos de serviço ou tocando fisicamente. Essas observações podem ajudá-lo a descobrir qual linguagem do amor é mais significativa para o seu parceiro. Lembre-se de que as pessoas podem ter mais de uma linguagem do amor, então é importante manter uma comunicação aberta e sincera para entender completamente as necessidades e preferências do seu parceiro.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Hipócritas. Notas de comentário.

 Comentário de Russel Normam Champlim. Marcos 7.6, pág. 717.

OS CRÍTICOS de Jesus foram chamados -hipócritas-, isto é. -atores-, fingidos religiosos; e isso os situou na posição de "falsos" representante da fé religiosa. A raiz desse termo é o verbo "replicar", devido à circunstância que nos teatros, os atores replicam uns para os outros. Os fariseus haviam trazido o teatro para dentro da religião. Infelizmente, até hoje a igreja é mais frequentemente conduzida como um espetáculo do que como um lugar de adoração, e os cultos mais bem frequentados são aqueles que têm mais do que é teatral e mundano, sobretudo a importação da sensual música do mundo pela igreja. Não é difícil imaginar o que Jesus teria dito acerca de tais práticas da igreja moderna. Jesus demonstrou assim que nem tudo quanto se declara ser de "origem divina" nas igrejas locais é realmente assim. E certas coisas que tiveram origem humana por mais que sejam reverenciadas por alguns, na realidade são detrimento à fé e não saudáveis.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

O que é Homilética? Porque ela é importante?

Homilética é a arte de preparar e apresentar sermões e pregações religiosas. Algumas das principais características da homilética incluem:

  1. Foco na mensagem: A homilética tem como objetivo principal comunicar a mensagem bíblica de forma clara e relevante para o público ou congregação. O pregador deve ter uma mensagem clara e coerente, que possa ser facilmente entendida pelo público.

  2. Contextualização: É importante que o pregador entenda o contexto histórico e cultural em que a mensagem bíblica foi escrita e, assim, possa contextualizá-la para o tempo presente. Isso ajuda a tornar a mensagem mais relevante e aplicável para o público.

  3. Exegese: A homilética envolve a interpretação cuidadosa e precisa do texto bíblico. O pregador deve analisar e compreender o significado das palavras, frases e versículos bíblicos, para que possa explicá-los claramente e aplicá-los corretamente.

  4. Criatividade: Apesar de seguir princípios e normas, a homilética também permite espaço para a criatividade e a originalidade. O pregador pode usar recursos como ilustrações, histórias e exemplos para tornar a mensagem mais clara e envolvente.

  5. Relevância: O pregador deve procurar tornar a mensagem bíblica relevante para as necessidades e desafios da audiência, trazendo aplicação prática e soluções para questões específicas que o público enfrenta.

  6. Exortação: A homilética tem como objetivo motivar e encorajar a congregação a viver de acordo com os ensinamentos da Bíblia e a aplicá-los em suas vidas diárias. A exortação é uma das principais formas pelas quais a homilética busca transformar a vida das pessoas.


Embora algumas denominações pseudo cristãs e até mesmo cristãs não deem a homilética a sua importância, destacando que a mensagem deve ser "inspirada pelo espírito santo", como se isso isentasse o pregador de se preparar antecipadamente. Há muitas obras de referência acerca do assunto da homilética, algumas delas escritas pelos maiores pregadores cristãos da história da igreja. Destacamos as muitas obras as seguintes.
  1. "A Arte de Pregar" de Charles Haddon Spurgeon - é considerado um dos maiores pregadores da história cristã e seu livro é um clássico na área da homilética.

  2. "Pregação Expositiva" de Haddon Robinson - é um livro de referência em homilética e explora a importância da exegese e da preparação cuidadosa do sermão.

  3. "A Preparação e o Uso de Ilustrações em Sermões" de Craig Brian Larson - é um livro que explora a importância de ilustrações na pregação e como utilizá-las de forma eficaz.

  4. "O Coração da Pregação" de Edmund Clowney - é um livro que explora a relação entre a Bíblia e a pregação, destacando a importância da mensagem central das Escrituras.

  5. "Homilética: Como Pregar Com Clareza e Poder" de John MacArthur - é um livro que aborda os elementos básicos da homilética e fornece conselhos práticos para a preparação e apresentação de sermões.

  6. "Pregação Cristocêntrica" de Bryan Chapell - é um livro que explora a importância de centrar a pregação em Jesus Cristo e apresenta princípios para uma pregação bíblica e cristocêntrica.

A não preparação do sermão pode acarretar diversos problemas para a igreja, dentre eles destacamos:
  1. Má interpretação da Bíblia: sem uma preparação cuidadosa, é possível interpretar mal as Escrituras e transmitir uma mensagem equivocada ou distorcida.

  2. Mensagem fraca ou confusa: a falta de preparação pode levar a uma mensagem fraca ou confusa, sem clareza ou coesão, o que pode levar o público a se desinteressar ou a se confundir com a mensagem.

  3. Perda de credibilidade: um pregador que não se prepara adequadamente corre o risco de perder a credibilidade junto ao público, que pode perceber sua falta de preparo e não se sentir confiante em sua liderança.

  4. Prejudicar o testemunho cristão: um sermão mal preparado pode prejudicar o testemunho cristão, passando uma imagem negativa da igreja ou de sua liderança.

Portanto, é importante que os pregadores se dediquem à preparação cuidadosa de seus sermões, buscando a orientação do Espírito Santo e utilizando ferramentas e técnicas adequadas para interpretar e transmitir corretamente a mensagem bíblica.

O que é o belo?

 Fiz essa pergunta a Inteligência Artificial, pedindo para a mesma descrever o que seria a definição de belo, mas segundo o filósofo alemão Immanuel Kant. A resposta da IA foi sucinta e concisa, descrevendo que: 

Para Immanuel Kant, o belo é uma experiência estética que é universalmente apreciada e que é baseada em princípios objetivos. Ele argumenta que o belo é um conceito que existe independentemente das preferências individuais ou do gosto pessoal e que é reconhecido por meio de uma experiência de prazer desinteressado.

Kant considera que o belo é caracterizado por quatro elementos: ele é desinteressado, universal, objetivo e harmonioso. O desinteresse se refere ao fato de que a apreciação do belo não está ligada a nenhum interesse prático ou egoísta. A universalidade significa que o julgamento estético é compartilhado por todas as pessoas, independentemente de sua cultura ou época. A objetividade se refere ao fato de que o julgamento estético é baseado em princípios objetivos e não em opiniões pessoais ou subjetivas. E, por fim, a harmonia refere-se à maneira como os elementos que compõem a obra de arte se relacionam entre si de maneira equilibrada e coerente.

Para Kant, a experiência do belo é uma experiência fundamentalmente humana, que pode levar a uma compreensão mais profunda do mundo e do nosso lugar nele. Além disso, ele acreditava que a arte era uma forma particularmente importante de experiência estética, pois podia levar a uma compreensão mais profunda da condição humana e de questões universais.

Baseado nessa explicação sucinta do conceito de belo pela interpretação Kantiana, resolvi perguntar então, quais obras poderiam serem consideradas belas. Por obra eu quis dizer tanto obras pictóricas, musicais, esculturas e literatura. Então a resposta para tal pergunta foi a seguinte:

Essa é uma pergunta difícil de responder objetivamente, já que a beleza é subjetiva e depende das preferências individuais de cada pessoa. No entanto, ao longo da história, várias obras de arte têm sido amplamente consideradas como excepcionais e de grande beleza, por muitas pessoas ao redor do mundo. Aqui estão algumas das obras que são frequentemente citadas como exemplos de grande beleza:
A Mona Lisa, de Leonardo da Vinci
A Capela Sistina, de Michelangelo
A estátua de David, de Michelangelo
A Criação de Adão, de Michelangelo
O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli
O Guernica, de Pablo Picasso
A Noite Estrelada, de Vincent Van Gogh
A Guerra e a Paz, de Pablo Picasso
O Taj Mahal, de Agra, na Índia
A Basílica de São Pedro, no Vaticano
A Grande Muralha da China

Observe que a IA defende que o Belo, diferente de Kant, é algo subjetivo, logo seria quase impossível destacar quais obras seriam universalmente belas, já que isso dependeria única e exclusivamente da subjetividade pessoal, não como defende Kant, de uma experiência universalmente aceita e independente de das preferências individuais. 

Mas qual é a questão por detrás de uma subjetividade da experiência acerca do que é belo? É justamente a desconstrução de que exista algo universalmente Belo, e que tudo pode ser belo dependendo da visão subjetiva do indivíduo. Por isso, mesmo algo que possa soar como ridículo, desde imagens, vestuário, literatura, mesmo sendo tipo por boa parte como algo repulsivo, poderá ser classificado como belo dependendo de quem diga que é. E muitas vezes quem diz que algo é belo ou não, são pessoas ou grupos que tentam validar aquilo que eles consideram belo, como aceitável para toda a sociedade. Ou seja, se eu acho que algo é belo, devem aceitar que de fato é porque a beleza é subjetiva, e quem não concorda com algo sendo belo, na verdade está sendo preconceituoso.

Com isso, aquilo que universalmente poderia ser classificado como uma bela criação humana, agora já não existe, pois a beleza não existe, o que existe na verdade é a subjetividade do que é belo, nada é belo universal, mas tudo é belo subjetivamente e particular. 

Com a destruições de padrões, surge a desconstrução de todos os demais, levando ao fim as bases ordenadoras da sociedade, restando somente o caos da opinião privada.


terça-feira, 25 de abril de 2023

A definição de Salvação segundo a Bíblia.

 A salvação, de acordo com a Bíblia Sagrada, é o ato de ser resgatado do pecado e da morte eterna, e ser reconciliado com Deus. 

Segundo a crença cristã, todos os seres humanos são pecadores por natureza e, por isso, estão separados de Deus. No entanto, a Bíblia ensina que Deus enviou seu filho Jesus Cristo para morrer na cruz e pagar o preço pelos nossos pecados, possibilitando assim a salvação de todo aquele que crê e confia em Jesus como seu salvador pessoal.

A salvação é um ato de graça de Deus e não pode ser conquistada por obras ou méritos humanos. Ela é um presente gratuito que é recebido pela fé em Jesus Cristo, e é acompanhada por uma mudança de vida e um compromisso de seguir a Deus.

A Bíblia ensina que a salvação é a porta de entrada para a vida eterna e a comunhão com Deus, e que aqueles que a recebem serão perdoados de seus pecados e terão a garantia de passar a eternidade com Deus no céu.

De acordo com a Bíblia, a única forma de ser salvo é através da fé em Jesus Cristo como Salvador pessoal. Em João 14:6, Jesus afirmou: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim". 

A Bíblia ensina que todos os seres humanos são pecadores e, portanto, estão separados de Deus. No entanto, Deus amou o mundo de tal maneira que enviou Seu Filho, Jesus Cristo, para morrer na cruz pelos nossos pecados e oferecer a salvação a todos os que creem nele. Em Atos 4:12, a Bíblia afirma que "Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu, nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos".

Assim, a Bíblia ensina que a salvação é um presente gratuito que é recebido pela fé em Jesus Cristo, e não pode ser conquistada por obras ou méritos humanos. Em Efésios 2:8-9, a Bíblia afirma: "Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie".

De acordo com a Bíblia, aqueles que rejeitam a Cristo e não aceitam a salvação oferecida por Ele enfrentarão a condenação eterna. Em João 3:18, a Bíblia afirma: "Quem crê nele [Jesus] não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no nome do Filho Unigênito de Deus".

A Bíblia ensina que o destino final de todos os seres humanos é determinado pela escolha que fazem em relação a Jesus Cristo. Em Apocalipse 20:15, a Bíblia afirma: "Se alguém não foi encontrado inscrito no Livro da Vida, foi lançado para dentro do lago de fogo". 

No entanto, a Bíblia também ensina que Deus deseja que todos os seres humanos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade (1 Timóteo 2:4). Portanto, Ele continua a chamar as pessoas para se arrependerem de seus pecados e colocarem sua fé em Jesus Cristo, oferecendo-lhes a oportunidade de receber a salvação e escapar da condenação eterna.

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Os pecados capitais.

Todos nós já ouvimos falar acerca dos "pecados capitais", mesmo que você não saiba de forma decorada quais são, com certeza já ouviu algo a respeito. Mas o que são os "pecados capitais"?

Segundo a doutrina católica romana os "pecados capitais" são, os principais erros ou vícios que dão origem às diversas ações pecaminosas cometidas pelas pessoas. Em outras palavras, pode-se dizer que são a raiz dos pecados, os "líderes" das más ações e dos maus pensamentos. O termo "capital" tem origem na palavra latina caput, que significa "cabeça", "parte superior".

Esses pecados devem ser confessados e geralmente são recomendadas penitências para esses atos pecaminosos. O que poucas pessoas sabem, é que agora já não são somente sete os pecados considerados capitais, a partir de agora, a pedofilia, o aborto, a manipulação genética, a poluição ambiental, o uso e tráfico de drogas e as injustiças sociais passam a compor o rol dos temíveis “pecados capitais”, ao lado dos sete já conhecidos. 

Agora nos fica um questionamento, para nós protestantes há diferenciação de pecados? Será que biblicamente há essa distinção?

A igreja católica romana faz distinção entre pecados mortais e pecados veniais. No seu artigo 8° do seu catecismo ela apresenta os seguintes artigos:

IV. A gravidade do pecado: pecado mortal e pecado venial
Os pecados devem ser julgados segundo a sua gravidade. A distinção entre pecado mortal e pecado venial, já perceptível na Escritura (94), impôs-se na Tradição da Igreja. A experiência dos homens corrobora-a.

Não é objetivo deste artigo detalhar a visão Romana sobre essas distinções sobre pecados, até porque há uma série de agravantes e atenuantes, como no caso do direito penal, à prática pecaminosa. Como houvesse essas diferenciações de pecados.

Mas qual é a visão protestante sobre o pecado? Há de fato pecados maiores ou menores? Há diferenciação ou graus de pecado?

Bem, temos que entender que a Bíblia traz duas categorias de pecado, os pecados que são para morte e os pecados que não são para morte. Vejamos, assim está escrito:
Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.
Toda a iniquidade é pecado, e há pecado que não é para morte.1 João 5:16,17

Então o que podemos perceber é que sim, a Bíblia tem duas categorias de pecados, os que são para a morte e os que não são para morte. Agora resta a pergunta, qual é o pecado que é para morte? Há de fato algum pecado que o sangue de Jesus Cristo não seja possível de expiar, Ele não seria capaz de perdoar este pecado mortal? Vejamos então que pecado é esse.

Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens.
E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro. Mateus 12:31,32

Mas como assim quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado? Ofender ao Espírito  é pior que ofender ao Pai e ao Filho? Entendamos porque a blasfêmia contra o Espírito é imperdoável.

Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vô-lo enviarei.
E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.  João 16:7,8
Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. Atos 7:51
"Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado;
(...)
Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação.
(...)
E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?
E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade." Hebreus 3:13,15,18 e 19

O pecado contra o Espírito Santo é justamente não dar ouvidos a sua ação, a cerviz do homem, seu coração fica tão endurecido que é impossível a ação do Espírito Santo afim de convencer esse homem do pecado, da justiça e do juízo.

Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. Atos 7:51 

Como haverá salvação para aquele que não é alcançado pela ação do Espírito Santo? Como poderá ser liberto aquele que escolhe os grilhões, blasfema, ridiculariza e rejeita aquele que lhe quer libertar? A grande blasfêmia é a desobediência a voz do Espírito Santo, que tenta a todo custo convencer o homem do seu estado pecaminoso e não consegue, isso porque a pessoa não quer, ela o rejeita e deliberadamente escolhe o caminho da perversão e do engano. Para esta pessoa não há salvação, porque ela não quer ser salva.

O grande pecado capital da humanidade é rejeitar a Jesus como salvador, como filho de Deus, isto porque somente o Espírito Santo pode convencer o homem dessa verdade e quando o homem rejeita essa verdade, Ele rejeita a ação do Espírito Santo, até chegar a um grau em que não há mais meios para o Espírito Santo agir em seu coração. Neste estágio mesmo a dor e o sofrimento não lhe sensibilizam, mas antes, seu comportamento é de ira e revolta contra Deus.

Veio o quarto anjo e derramou a sua taça sobre o sol, e foi concedido poder ao sol para queimar a humanidade com fogo. As pessoas foram queimadas pelo forte calor e, colocando a culpa em Deus, blasfemaram contra seu Nome, que tem domínio sobre essas pragas. Diante de tudo isso, ainda recusaram arrepender-se de seus pecados para poderem render glória a Ele. Ap 16.8-9

Fora isso, esse pecado de blasfêmia, todos os outros pecados são passíveis de perdão, pois a ação do Espírito Santo pode levar a pessoa ao arrependimento. A base para o perdão é o reconhecimento do pecado e a confissão. Sabendo que somente o Senhor Jesus tem poder e autoridade para perdoar pecados, pois ele pagou por todos os pecados em nosso lugar. Pois todo pecado gera a morte.

Então podemos resumir que somente há duas graduações de pecado, um que é para morte e o outro que não é para morte. O que é para a morte é o pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo, todos os demais não são para morte, não tendo diferenciação de graus de malefício. Embora para nós um assassinato seja muito pior que uma mentira, para Deus todos eles são iguais, pois todos nos afastam dEle e quando consumado, gera a morte espiritual. 

 


Total de visualizações de página